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por Carlos Alberto Barbosa

Não permitamos que o Brasil sofra um novo golpe. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está articulando o semipresidencialismo para tirar poderes de Lula caso ele seja eleito presidente. Fora os canalhas do centrão! Esse filme alguns brasileiros já viram e sabem o final.

Alguns analistas veem a proposta como uma forma de impedir um possível governo do ex-presidente Lula (PT), favorito, segundo as recentes pesquisas, para ganhar as eleições presidenciais deste ano. A PEC aumentaria os poderes do presidente da Câmara, diminuindo as funções do presidente da República.

A título de refrescar a memória do leitor, no governo João Goulart, no início da década de 1960, ocorreu coisa parecida. Na época, grupos de oposição mais conservadores, compostos pelas elites dominantes e por setores das Forças Armadas, não aceitaram que Jango tomasse posse, sob a alegação de que ele tinha tendências políticas esquerdistas. Paralelamente, setores sociais e políticos que apoiavam João Goulart iniciaram um movimento de resistência, comandado pelo então governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola.

A solução encontrada foi o estabelecimento do regime parlamentarista de governo, que vigorou por dois anos (1961-1962), reduzindo os poderes constitucionais de Jango. Com essa medida, João Goulart, que estava em visita à China, retorna ao Brasil e é empossado em 7 de setembro de 1961.

Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito para decidir sobre a manutenção ou não do sistema parlamentarista. O resultado foi que cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento do sistema presidencialista. A partir de então, Jango passou a governar o país com mais poderes constitucionais.

Portanto, o filme é velho e querem agora fazer um remake com novos protagonistas, mas com o mesmo enredo. Os progressistas no Congresso Nacional e o povo brasileiro não podem e não devem deixar que isso ocorra. O The End do filme em questão acabou com um golpe militar. Talvez essa seja a surpresa que Bolsonaro quis dizer aos seus seguidores quando afirmou que o Brasil vive sob uma “ditadura que vem pelas canetas” – numa referência clara ao STF – e afirmou que “vai acontecer algo” nos próximos dias “que vai nos salvar”.

Foto reproduzida da Internet