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Está no Brasil 247
O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior presta nesta quarta-feira (21) depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo o jornal O Globo, o depoimento está marcado para 11h30 e é considerado uma peça central entre os testemunhos, por ter sido Baptista Junior um dos que lideravam as Forças Armadas durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O tenente-brigadeiro foi arrolado como testemunha pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, durante a fase de investigação da Polícia Federal, relatou ter participado de reuniões nas quais se discutiu a chamada “minuta do golpe” — um documento que serviria como base para uma tentativa de ruptura institucional.
Em seu depoimento prestado à PF em março de 2024, Baptista Junior foi taxativo ao afirmar que não apenas teve acesso ao documento como viu suas duas versões. Segundo ele, o fracasso da tentativa de golpe se deveu unicamente à negativa do comandante do Exército, general Freire Gomes. “Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta do decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu que sim; que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente a tentativa de golpe de Estado teria se consumado”, registra o depoimento.
O ex-comandante da Aeronáutica também afirmou ter advertido pessoalmente Jair Bolsonaro quanto às consequências de uma investida golpista. Segundo relatou, em uma das reuniões realizadas após o segundo turno das eleições, quando Bolsonaro teria sugerido o uso de instrumentos constitucionais como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa ou estado de sítio para reverter o resultado eleitoral, os comandantes das Forças Armadas reagiram. “Em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então presidente após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO, ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, relatou.
Essas declarações reforçam a tese de que Jair Bolsonaro teve papel ativo na articulação da tentativa de golpe, conforme apontam os desdobramentos da investigação. Após ser derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), Bolsonaro convocou reuniões no Palácio da Alvorada, com a presença dos chefes das Forças Armadas e do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para discutir medidas de exceção.
Dois dias antes, o general Freire Gomes também foi ouvido pelo STF e admitiu a realização de reuniões com Bolsonaro e a discussão de medidas como Estado de Defesa, Estado de Sítio e GLO. No entanto, o general tentou minimizar a gravidade do conteúdo debatido, argumentando que tais instrumentos estão previstos na Constituição, o que, segundo ele, não lhe causou “espécie”. A tentativa de relativização foi contestada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que leu trechos do depoimento anterior prestado pelo general à Polícia Federal — os quais foram confirmados em plenário, após questionamento.
Com os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas, o cerco jurídico e político se fecha ainda mais em torno de Jair Bolsonaro, cuja responsabilidade na tentativa de ruptura institucional ganha contornos mais evidentes com cada nova revelação.
Foto reproduzida da Internet
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