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por Aquiles Lins, no Brasil 247
Além de uma cena lamentável, o que aconteceu nesta terça-feira (11) na Câmara dos Deputados, com as agressões verbais, provocações e tentativas de humilhação dirigidas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um retrato fiel de um país dividido. De um lado, um governo eleito democraticamente, com um programa comprometido com a reconstrução nacional, o combate às desigualdades e o fortalecimento do Estado. Do outro, um Congresso dominado por uma oposição autoritária, violenta, intolerante, reacionária, obscurantista, negacionista, demagógica, mentirosa, manipuladora, insidiosa, antidemocrática, xenófoba, misógina, machista, racista, lgbtfóbica, elitista, retrógrada, paranoica, intolerável, ressentida, hostil, inescrupulosa, que se mostra cada vez mais descompromissada com o interesse público.
Durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação, os deputados da extrema-direita — notadamente Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) — protagonizaram um espetáculo deprimente para quem espera civilidade e compromisso público de parlamentares e da própria Câmara. Fizeram acusações infundadas, vociferaram dados manipulados sobre as contas públicas e, de forma covarde, deixaram o plenário antes mesmo de ouvir as respostas do ministro. Diante da fuga ao debate e da provocação barata, Haddad resumiu o comportamento: “molecagem”.Play Video
A reação foi imediata. Jordy retornou em tom ainda mais beligerante, exigindo direito de resposta que, ao ser negado, desencadeou mais gritos e confusão. O ministro, que esteve ali com disposição para dialogar e prestar contas à sociedade, foi alvo de desrespeito e hostilidade institucional. O barulho dos radicais prejudica o país, cria desarmonia entre os Poderes da República.
O mais grave é que esse tipo de comportamento desrespeitoso e antiinstitucional não é exceção. Tornou-se método. A extrema-direita bolsonarista opera à base do ataque, da desinformação e da lacração. Pouco importa o debate democrático, a elaboração de políticas públicas ou a responsabilidade com o futuro do país. O objetivo dessa gente é tumultuar, atrapalhar, espalhar mentiras nas redes sociais e enfraquecer qualquer esforço de reconstrução nacional promovido pelo governo Lula.
Esse roteiro se repete desde o início do mandato: já vimos cenas semelhantes contra a ministra Marina Silva, alvo de machismo e negacionismo ambiental, e contra o então ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje no Supremo Tribunal Federal. O padrão é o mesmo — ataques pessoais, distorção de dados e abandono do debate sério. Este tipo de atuação mina a credibilidade e respeitabilidade do Parlamento brasileiro.
O que se espera de um parlamentar eleito é compromisso com o país, com o diálogo institucional, com o respeito ao contraditório. Mas o que parte da oposição oferece é apenas o circo, o grito, a agressão. Não estão ali para fiscalizar o Executivo — como é seu papel legítimo — mas para sabotar, intimidar e desgastar qualquer avanço social e econômico.
É preciso restaurar a política. Ela não pode ser transformada em arena de gladiadores, onde os gritos abafam os argumentos e o ódio substitui a razão. O Brasil precisa de diálogo, seriedade e responsabilidade. E nada disso se encontra no comportamento desses parlamentares da extrema-direita, que insistem em tratar o Parlamento como palco de guerra ideológica e rede social ao vivo. Na maior parte dos casos, com a benevolência do presidente da Casa e do conselho de Ética.
*Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo
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