Entrevista

Humor: ex-presidente de Barril diz que pinguim na geladeira não é motivo para incriminá-lo na Lava Seco

O jornalista Gyro Gearloose, correspondente do blog em Barril, conseguiu uma entrevista exclusiva com o ex-presidente daquele país, o Sr Molusco, que segundo a Polícia ele e sua mulher teriam orientado obra em cozinha no sítio de Ataliba, interior do estado de San Paul. Laudos sobre o sítio em Ataliba foram anexados em inquérito da Lava Seco. No documento consta que na reforma da cozinha a mulher de Molusco teria exigido que se colocasse um pinguim sobre a geladeira. Molusco nega veementemente. Leia a entrevista na íntegra:

1 – Gyro Gearloose – É verdade que a esposa do Sr exigiu que fosse colocado um pinguim sobre a geladeira na reforma da cozinha do sítio de Ataliba, que dizem que é do casal?

Molusco – Isso não tem o menor fundamento. Primeiro não gostamos de aves – o pinguim é uma ave da família Spheniscidae, não voadora -, como tucanos e pinguins. Como iríamos então colocar um pinguim sobre a geladeira. Segundo, o sítio de Ataliba, como alguns insistem em dizer, não é nosso. É de amigos.

2 – Gyro Gearloose – Mas além do pinguim sobre a geladeira, a Polícia alega que na reforma da cozinha a esposa do Sr pediu para substituir o gelagua por uma quartinha, daquelas usadas no sertão do Nordeste brasileiro.

Molusco – Outra mentira. Lá em casa só bebemos água mineral Perrier, a legítima água mineral francesa.

3 – Gyro Gearloose – Presidente Molusco, a Polícia apura também se a reforma da cozinha foi paga por empreiteiros investigados na Operação Lava Seco e se houve favorecimento ilegal ao Sr.

Molusco – Estão querendo encontrar chifre em cabeça de pinguim, ô, de cavalo. Não existe isso. É apenas intriga do juiz Décio Moco. Ele quer me pegar de todo jeito e agora inventou essa história da reforma da cozinha com pinguim sobre a geladeira e quartinha de água.

4 – Gyro Gearloose – Mas insisto, presidente. A Polícia diz que a reforma custou R$ 250 mil, e que só o pinguim, importado da Antártica teria saído pela bagatela de R$ 50 mil.

Molusco – Absurdo isso. O sítio não é nosso, insisto. E a reforma da cozinha certamente foi para fazer a produção daquele programa que tem um papagaio, daquela TV brasileira. Aquela apresentadora gosta muito de gastronomia. Naturalmente o pinguim foi para substituir o papagaio. Procure se informar.

5 – Gyro Gearloose – O relatório sinaliza que o total gasto com a compra e reforma do sítio em Ataliba chegou ao montante de R$ 1,7 milhão. O que o Sr tem a dizer?

Molusco – Nunca na história de Barril fui tão duramente perseguido. Isso é mentira, repito. O sítio não é nosso, o sítio de Ataliba é de amigos. E se eles fizeram reforma na cozinha comprando pinguim e quartinha para armazenar água, deve ter sido para produzir o programa gastronômico daquela apresentadora. Lembro que teve um fim de semana que aquela emissora brasileira pediu o sítio emprestado aos meus amigos e bancaram a reforma da cozinha.

6 – Gyro Gearloose – É verdade que a defesa do Sr vai recorrer à ONU contra supostos abusos do juiz Décio Moco?

Molusco – Sim, claro. Querer me acusar de ter comprar um pinguim, quando nem gosto de aves, e uma quartinha para armazenar água para colocar em uma cozinha, isso é um absurdo. Os meus advogados vão levar isso ao conhecimento do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, através de uma petição. Ser preso por causa de um pinguim e uma quartinha é o fim do mundo.

7- Gyro Gearloose – A petição fala que o Sr é “perseguido” pelo juiz Décio Moco, responsável pela operação na primeira instância, e acusa o magistrado de abuso de poder.

Molusco – Óbvio, caro jornalista. Só não ver isso quem não quer.  Não quero ser acusado de gostar de pinguim ou de tucano. Como disse, detesto aves. Não à toa o meu nome é Molusco.

8- Gyro Gearloose – O Sr se sente injustiçado?

Molusco – Sim. Dizer que tenho um sítio e que neste sítio houve uma reforma para me favorecer, ainda mais com a compra de um pinguim que custou R$ 50 mil. Isso é injustiça, até com o meu bom gosto. Aliás, o meu e o da minha mulher.

 

 

 

 

 

 

 

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