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Em entrevista concedida ao blogdobarbosa, o ex-ministro da Previdência do governo Dilma Ruosseff (PT), senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que não cogita mudar o voto em relação ao impeachment da presidenta. Segundo o parlamentar, “não existe nenhum fato no momento que me deixe confortável para mudar o meu voto. Além do mais existe a coerência em torno do PMDB”. Questionado se os áudios contendo conversas do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com caciques do PMDB, não poderiam absolver a presidente Dilma, o senador foi enfático: “Os áudios, a primeira vista, não devem mudar o cenário no Senado, pois o conteúdo ainda merece uma apuração maior. Não podemos ser levados por conclusões precipitadas. Os senadores com quem converso estão cientes da responsabilidade e do papel constitucional, neste momento difícil pelo qual o País passa”. Segue a íntegra da entrevista:
1- blogdobarbosa – Senador, diante dos novos fatos surgidos com os áudios vazados do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o Sr acredita que a ex-presidenta Dilma poderá ser absolvida do impeachment pelo Senado?
Garibaldi Alves – Acredito que não. O processo de impeachment possui provas contundentes em seu embasamento e seguiu todos os passos do rito na Câmara dos Deputados, assim como no Senado. Os áudios, a primeira vista, não devem mudar o cenário no Senado, pois o conteúdo ainda merece uma apuração maior. Não podemos ser levados por conclusões precipitadas. Os senadores com quem converso estão cientes da responsabilidade e do papel constitucional, neste momento difícil pelo qual o País passa.
2- blogdobarbosa – O Sr avalia mudar o voto?
Garibaldi Alves – Não existe nenhum fato no momento que me deixe confortável para mudar o meu voto. Além do mais existe a coerência em torno do PMDB.
3- blogdobarbosa – Muito se questiona agora o fato do PMDB ter arquitetado, conforme as gravações, o impeachment da presidenta Dilma, inclusive com o propósito de dar cabo à Lava Jato, onde se tem muitos caciques do partido sendo investigado. O que o Sr tem a dizer sobre isso?
Garibaldi Alves – O PMDB não tem esse poder junto às instituições, ou seja, de interferir ou arquitetar algo complexo como um processo de impeachment. As conversas nos áudios precisam ser apuradas se houver algum indício de irregularidade. Não podemos tirar conclusões precipitadas, baseadas em trechos isolados de conversas gravadas. O caso está com a Justiça e só podemos esperar o desenrolar dos fatos.
4- blogdobarbosa – O nome do ministro Henrique Alves voltou a ser citado em áudios como tendo participado do esquema do petrolão na indicação de Paulo Roberto para diretor da Petrobras. Como primo e correligionário de Henrique, qual a posição do Sr sobre este assunto?
Garibaldi Alves – Minha posição é a mesma de Henrique, que já se pronunciou sobre os fatos recentes. Trata-se de uma acusação absurda, mentirosa, irresponsável e cretina.
5- blogdobarbosa – O Sr foi ministro do governo Dilma, assim como Henrique também foi. O Sr é favorável ao afastamento da presidenta. Isso não é um ato de ingratidão contra quem até bem pouco tempo foi uma aliada?
Garibaldi Alves – Fomos aliados sim e contribuímos para o bom andamento da administração do Governo, no meu caso no Ministério da Previdência. Cumpri minha missão como ministro e com o PMDB que me conduziu até o ministério.
6- blogdobarbosa – O Sr não considera uma traição do PMDB para com o governo Dilma pedir o seu impedimento?
Garibaldi Alves – Não se trata de traição. O PMDB foi aliado e deu sua contribuição ao Governo do PT, contudo, a presidente afastada Dilma Rousseff optou por fazer um governo centralizado no PT e isolado dos aliados. Isso aconteceu com o PMDB, quando não era consultado sobre as decisões. O próprio presidente Michel Temer tentou uma aproximação junto do núcleo do governo e também foi isolado pelo PT. Veja que essa situação aconteceu com todos os aliados que o Governo tinha.
7 – blogdobarbosa – Alega-se como fundamento para pedir o impeachment da presidenta Dilma as pedaladas fiscais, quando sabemos que isso ocorre em todos os governos. No entanto, o próprio Michel Temer quando esteve a frente do governo procedeu da mesma forma, conforme denúncias já feitas. O fato do PMDB querer o impeachment da presidenta não é uma incoerência não?
Garibaldi Alves – Não. Vou explicar porquê. O atual presidente em exercício Michel Termer à época não era o presidente de fato, sendo o vice-presidente, portanto, os atos eram da presidente Dilma Rousseff. É preciso entender as implicações de desses atos dela e as consequências gerados ao País, ao invés de fazer uma análise superficial de que todos os governos fazem. O processo de impeachment trata justamente disso, do crime de responsabilidade fiscal.
8 – blogdobarbosa – O jornal Britânico The Economist disse na última sexta-feira (27) que o impeachment foi “o jeitinho brasileiro” de tirar Dilma eleita democraticamente do poder. Qual a análise do Sr sobre isso?
Garibaldi Alves – Não se trata de jeitinho brasileiro. Isso é uma forma de falar que desqualifica as instituições oficiais envolvidas no processo, como o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF). Antes do processo chegar ao Senado vale lembrar que passou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e contou com apoio de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Esperar o que de um clã golpista. A família Alves, foi cassada por corrupção e, depois apoiou a ditadura.