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Está no Brasil 247
Em entrevista ao jornal O Globo, repercutida pela Sputnik, o chanceler russo Sergey Lavrov afirmou que o Brasil conduz uma política externa independente e pode contribuir de forma significativa para a resolução de conflitos internacionais. Segundo Lavrov, os países do Sul e do Leste Global estão reduzindo o uso de moedas ocidentais em suas transações, buscando se proteger contra sanções unilaterais. “Ninguém quer sofrer com as sanções que o Ocidente impõe contra países ‘indesejáveis’, usando sua posição monopolista nos mercados financeiros. É inaceitável que moedas de reserva sejam usadas como arma na concorrência, e transações de pagamento — mesmo para o fornecimento de bens de importância social — sejam bloqueadas sob pretextos políticos”, afirmou.
O chanceler destacou que, no âmbito do BRICS, foram criados mecanismos para garantir a continuidade dos fluxos comerciais, como a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços e a nova infraestrutura de liquidação e compensação, formalizadas na cúpula de Kazan em 2024. Embora considere prematuro falar em uma moeda única, Lavrov ressaltou que o aumento do uso de moedas nacionais reflete a necessidade de novas formas de cooperação multilateral.
“Vemos nossa associação como um dos pilares do mundo multipolar, um importante mecanismo da cooperação multilateral […]. Os países do BRICS não buscam tomar o lugar de ninguém, mas sim criar condições favoráveis para fortalecer seu potencial. Outras prioridades da associação incluem apoiar os países da maioria global na solução de seus problemas urgentes”, destacou.
Sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, Lavrov reiterou a importância do Brasil no cenário internacional: “O Brasil realiza uma política externa independente e é capaz de dar uma contribuição significativa para a solução de problemas internacionais”. Para o chanceler, uma eventual ampliação do Conselho não pode resultar no aumento da influência de aliados ocidentais, cuja representação ele considera já excessiva.
Questionado sobre a tentativa dos Estados Unidos de mediarem as negociações de paz no conflito ucraniano, Lavrov afirmou que a nova liderança norte-americana, agora sob o comando do presidente Donald Trump, demonstra sinais de melhor compreensão da posição russa. “Continuamos abertos às negociações. Mas a bola não está do nosso lado. Até agora, Kiev não demonstrou sua capacidade de negociação”, observou.
Lavrov também ressaltou que a participação de atores como China e Brasil pode ser crucial nos esforços de mediação, no âmbito da iniciativa do Grupo de Amigos da Paz na Ucrânia, na ONU. “Suas atividades estão gradualmente ganhando força. Foram realizadas três reuniões desta plataforma. Há razões para acreditar que o grupo tem chance de se tornar um clube respeitado de países do Sul e do Leste Global”, comentou.
Ao comparar a atual administração dos EUA com a gestão anterior de Joe Biden, Lavrov fez uma distinção clara: enquanto Biden enviava armamento pesado e incentivava a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Trump teria sinalizado uma disposição ao diálogo, enquanto a União Europeia, segundo ele, busca dificultar o avanço dos acordos de paz alegando não ter sido devidamente convidada às negociações.
Foto reproduzida da Internet
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