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Está no Brasil 247
Durante a Sessão Plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global” do BRICS, realizada nesta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, o presidente Lula (PT) destacou o papel central do Sul Global na construção de um novo modelo de crescimento sustentável. A fala foi marcada por duras críticas ao negacionismo climático e à concentração de emissões de carbono em grandes corporações.
A cobertura é do Brasil 247, que acompanhou a participação de Lula no encontro com os demais líderes dos países que integram o bloco. “Já somos os mais afetados pelas mudanças do clima”, alertou Lula, enfatizando que a degradação ambiental agrava desigualdades e compromete o futuro dos países em desenvolvimento.
Críticas ao negacionismo e à lógica do mercado
Lula advertiu que o negacionismo e o unilateralismo vêm corroendo as conquistas ambientais do passado, ao mesmo tempo em que sabotam os esforços globais por um futuro viável. Ele observou que o aquecimento do planeta avança de forma mais rápida do que o previsto pela ciência, e apontou que biomas como as florestas tropicais já se aproximam de pontos de irreversibilidade.
“O oceano está febril”, disse o presidente, numa metáfora que resume os sinais alarmantes do colapso climático.
Na avaliação de Lula, os países em desenvolvimento enfrentam as piores consequências desse cenário — ao mesmo tempo em que dispõem de menos recursos para realizar a transição energética e climática. Ele reiterou que uma “transição justa e planejada” é essencial para construir um novo ciclo de prosperidade global.
Justiça climática e protagonismo do Sul Global
O presidente brasileiro defendeu que a justiça climática precisa estar ligada ao combate à fome e às desigualdades socioambientais. Para isso, é necessário reconhecer e remunerar os serviços ecossistêmicos prestados por comunidades locais e povos indígenas. Lula afirmou:
“Ao proteger, conservar e restaurar nossos territórios, criamos também oportunidades para as comunidades locais e povos indígenas.”
Segundo ele, o Sul Global tem as condições necessárias para liderar um novo paradigma de desenvolvimento sustentável, sem repetir as distorções do modelo explorador do passado:
“Não seremos simples fornecedores de matérias-prima”, assegurou.
Emissões concentradas e financiamento climático
Lula denunciou a concentração das emissões de carbono em um pequeno grupo de corporações altamente poluentes. De acordo com ele, “80% das emissões de carbono são produzidas por menos de 60 empresas”, concentradas principalmente nos setores de petróleo, gás e cimento.
Ao criticar a lógica de mercado, o presidente apontou que, apenas em 2024, os 65 maiores bancos do mundo destinaram US$ 869 bilhões ao financiamento de combustíveis fósseis, conforme levantamento da organização Oxfam. “Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, lamentou.
Como resposta, Lula anunciou a Declaração sobre Finanças Climáticas aprovada pelos países do BRICS, que propõe fontes alternativas e modelos inovadores de financiamento verde. Ele também antecipou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, previsto para a COP30 em Belém:
“Esse fundo irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.”
Foto: Isabela Castilho | BRICS Brasil
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