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A condenação de Jorge José da Rocha Guaranho a 20 anos de prisão pelo assassinato de Marcelo Arruda não é apenas um ato de justiça, mas um marco na luta contra a violência política no Brasil.
O crime, ocorrido em 9 de julho de 2022, durante a celebração do 50º aniversário de Arruda em Foz do Iguaçu, revelou a face mais materialmente assassina do bolsonarismo.
Esta vertente de extrema-direita vive das mentiras e do preconceito contra trabalhadores, nordestinos e mulheres, para citar apenas alguns de seus alvos. O assassino, na verdade, vem a ser um executor obediente a uma lógica originada acima dele, num ninho de manipulação, no gabinete do ódio de Jair Bolsonaro. Eles não inventaram o ódio e o preconceito das chamadas elites contra Lula e o PT. Apenas o aperfeiçoaram e adicionaram o “call to action”, o chamado à ação, resultado natural da ânsia de violência fomentada diuturnamente pelo bolsonarismo. Esse tipo de violência física resulta da violência verbal e da desinformação que movimentam o neofascismo.
Em oposição a esse ódio aparece Marcelo Arruda, disposto a celebrar seu 50º aniversário ostentando com orgulho e liberdade seu amor pelo presidente e sua filiação ao Partido dos Trabalhadores. Guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Arruda foi vítima de um ato brutal e premeditado, motivado pela intolerância. Sua morte não só chocou o Brasil, mas também expôs as consequências devastadoras do discurso de ódio e das notícias falsas que são o combustível do bolsonarismo.
A cena da invasão da festa de Arruda por Guaranho foi um episódio de extrema violência. Arruda, um homem conhecido por sua dedicação ao PT e ao ex-presidente Lula, celebrava seu aniversário com amigos e familiares em uma festa temática em homenagem ao partido e ao líder petista. O clima de alegria e confraternização foi abruptamente interrompido quando Guaranho, um policial penal e fervoroso apoiador de Jair Bolsonaro, invadiu o local. Ele não conhecia Arruda pessoalmente, mas sua motivação era clara: atacar um símbolo do PT e de tudo o que ele representava. Na primeira invasão, Guaranho foi expulso pelos presentes, mas isso não o deteve. Ele retornou mais tarde, armado e determinado a cometer o pior. Desta vez, entrou atirando e gritando slogans a favor de Bolsonaro, transformando uma celebração de vida em uma cena de terror e morte.
A condenação de Guaranho a 20 anos de prisão é um alívio para a família de Marcelo Arruda, mas também um momento de justiça para o PT, partido ao qual Arruda era tão fiel e dedicado. Arruda não era apenas um militante; ele era um defensor incansável da democracia e dos direitos dos trabalhadores. Sua morte foi um golpe não apenas para sua família, mas para todos que acreditam em um Brasil mais justo e igualitário. Além disso, a condenação é uma vitória para o ex-presidente Lula, que tem sido, em sua histórica trajetória, alvo constante de perseguições, preconceitos e violência, inclusive neste caso concreto. Lula, que tanto sofreu com as injustiças do lawfare e da operação Lava Jato, vê agora um sinal de que a justiça pode, sim, ser feita, mesmo em um cenário de tanto ódio.
Este veredito também é uma vitória para o Brasil. Um país não pode e não deve conviver com a violência estimulada por notícias falsas e discursos de ódio. O bolsonarismo, com sua retórica inflamada e sua disseminação de desinformação, criou um ambiente propício para atos como o cometido por Guaranho. A condenação é um passo importante para frear essa onda de violência e para reafirmar os valores democráticos que devem guiar a nação.
O julgamento de Guaranho, realizado no Tribunal do Júri de Curitiba, foi um momento de reflexão para o país. As testemunhas relataram em detalhes a crueldade e a motivação política do crime. Guaranho não apenas tirou a vida de Arruda, mas tentou silenciar uma voz que representava a resistência e a luta por um Brasil melhor. A condenação por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil associado à violência política e perigo comum, reflete a gravidade do ato cometido. Ela envia uma mensagem clara: a violência política não será tolerada.
Marcelo Arruda tornou-se um símbolo da resistência democrática. Sua morte não pode ser em vão. Que sua memória inspire a todos na busca por um Brasil mais justo, onde o diálogo e o respeito às diferenças prevaleçam sobre o ódio e a intolerância. Que este veredito sirva como um alerta para aqueles que insistem em disseminar o ódio e a divisão. O Brasil precisa ser um país em que um Marcelo Arruda possa celebrar de maneira explícita sua afiliação partidária sem ser assediado, muito menos assassinado. O país precisa de paz, de união e de justiça. Marcelo Arruda, herói nacional, representa essa luta, e sua memória deve ser honrada com um compromisso coletivo pela democracia e pela vida.
Foto: Reprodução/Facebook
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