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Política

Motta cita `exagero´ na punição a golpistas, mas responde à pressão por anistia: `não contem comigo para ampliar crise´

Está no Brasil 247

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comentou nesta segunda-feira (7) o ato realizado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista no domingo (6). Sem mencionar diretamente o projeto de anistia aos envolvidos no ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, Motta afirmou que é necessário tratar o tema com “serenidade e responsabilidade” e evitou alimentar a tensão entre os Poderes.

“Defendo dois pontos. Primeiro, a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição. Acho que essa sensibilidade é necessária, toca a todos nós. E a responsabilidade de poder, na solução desse problema, que é sensível e é justo, nós não aumentarmos uma crise institucional que nós estamos vivendo”, declarou o deputado, de acordo com o Metrópoles.

Motta também rebateu pressões que partiram das ruas e do plenário da Câmara, frisando que não cederá a movimentos que, segundo ele, aumentem o desequilíbrio entre as instituições. “Não é desequilibrando, não é aumentando a crise que nós vamos resolver o problema”, pontuou. “Não contem com esse presidente para aumentar uma crise institucional”, acrescentou.

Durante o ato, o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação, atacou diretamente o presidente da Câmara, atribuindo a ele a responsabilidade pelo recuo de líderes partidários que se negaram a assinar o pedido de urgência para acelerar a tramitação da proposta de anistia. Na última semana, a base bolsonarista intensificou a pressão sobre o Legislativo, mas encontrou resistência até mesmo dentro do Centrão.

Parlamentares afirmam, nos bastidores, que o impasse não se deu apenas por falta de apoio de Motta, mas também pela atuação considerada “autoritária” do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Segundo relatos, ele teria prometido a adesão do bloco sem negociar previamente com todas as siglas.

Questionado sobre as ofensas que recebeu durante a manifestação, Hugo Motta limitou-se a dizer que já havia se manifestado sobre o tema e deixou o local sem dar novas declarações à imprensa.

Em discurso durante uma reunião na Associação Comercial de São Paulo, da qual participaram o ex-deputado Vilmar Rocha (PSD-GO) e o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), o presidente da Casa reiterou que o país não pode se concentrar exclusivamente no debate sobre anistia.

“Não podemos ser uma Casa de uma pauta só. Uma música de uma nota só. O Brasil é muito maior que isso. O Senado Federal faz parte dessa solução também”, disse.

Motta frisou ainda que consultará os senadores para avaliar os caminhos possíveis sobre o tema e negou que dará prioridade única ao projeto de anistia. “Vamos tratar com serenidade e responsabilidade”, afirmou.

Mesmo com a resistência do presidente da Câmara, a bancada do PL — a maior da Casa — segue determinada a obstruir votações para forçar a análise do projeto de anistia. Para Motta, a estratégia está dentro do escopo democrático do Parlamento.

“Eu sou um amante da democracia e toda manifestação é válida para defender qualquer pauta no Congresso. Cada partido defende aquilo que é importante”, declarou. “A própria obstrução é um instrumento do Legislativo”.

Na semana passada, Hugo Motta encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) um projeto que pode resultar na suspensão da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusado de envolvimento na tentativa de golpe. A iniciativa foi vista como um aceno aos bolsonaristas, mas também interpretada como uma manobra para desviar o foco da tramitação do projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro.


Foto reproduzida da Internet

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