Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

No jornalismo greve em Redação é coisa rara. É dífícil se parar uma Redação seja ela de jornal ou televisão quando existem agências de notícias e hoje a própria internet, o que de certa forma pode levar o jornal impresso a sair e até o telejornal ir ao ar, desde, claro, que os apresentadores também não façam greve. Vamos ao fato:

O dia em que os jornalistas do RN entraram em greve

Eu era foca – estudante de jornalismoe o presidente do Sindicato da categoria era o saudoso jornalista e professor Rogério Cadengue. Isso lá pelos ídos de 1980. Cadengue além de excelente professor do curso de Comunicação da UFRN [Universidade Federal do Rio Grande do Norte] era também um grande profissional. Pois muito bem: A categoria dos jornalistas estava reivindicando melhoria salarial e das condições de trabalho. Naquela época o sindicato era atuante.

Numa das assembléias decidiu-se parar as Redações porque os meios de comunicação do estado não estavam atendendo o pleito. As negociações estavam empacadas. Os patrões não sediam as reivindicações. Greve geral e por tempo indeterminado. Foi marcado então um Ato Público na praça Kennedy, centro de Natal. Muitos estavam lá. Entre jornalistas profissionais e estudantes de comunicação. O Ato Público organizado pelo sindicato foi um sucesso.

Mas aí o superintendente do Diário de Natal, Luiz Maria Alves – também já falecido – usou da estratégia para enfraquecer o movimento. Chamou a Redação do DN para conversar em separado. Ofereceu um reajuste – não o que a categoria estava pedindo -, mas conseguiu o seu intento. O jornal Tribuna do Norte logo depois também ofereceu o mesmo porcentual de reajuste aos jornalistas. Tudo combinado entre as direções dos dois jornais.

A greve que chegou a durar, salvo engano, três dias, foi a primeira e única já realizada pela categoria dos jornalistas do Rio Grande do Norte. Aquilo marcou o Sindicato dos Jornalistas que se fortaleceu. São coisas que estão na minha memória e que nunca esquecerei.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú.

Compartilhe:

3 Responses to O Baú de um Repórter

  1. Carlos Marchi disse:

    Caríssimo xará, navegando aqui e ali fui bater no seu blog, que é muito interessante. Mas fiquei surpreso com a simpática nota que vc postou, falando de minha gestão na EBN. Lembro bem da visita a Natal e do nosso encontro. Vc foi generoso ao me dedicar elogios que talvez eu não mereça. Mas acertou na mosca ao comentar minhas intenções na empresa. Durou pouco – um ano e meio – mas foi relevante para plantar uma semente contra a imprensa oficial chapa-branca. Apenas uma pequena correção: eu tenho uma filha que optou por viver no Rio Grande do Sul e já tenho até um neto gaúcho. Mas eu mesmo não sou gaúcho. Sou fluminense de Macaé. Boa sorte para vc e seu belo blog. Liberdade de expressão acima de tudo. Um grande abraço.

    • Carlos A. Barbosa disse:

      Caro colega. Vc não sabe da satisfação em receber o seu e-mail. Posso lhe dizer com absoluta certeza que não fui gentil em citar as suas virtudes no post que coloquei no meu Blog. É o que penso a seu respeito, embora não o conheça bem, mas pelo pouco contato que tivemos em Natal e na própria EBN, vc na condição de presidente da empresa e eu na de repórter de sucursal, deu pra perceber bem que vc tem o jornalismo nas veias e não faz o chamado secos e molhados. Espero receber mais comentários seus. Olha, o Blog está aberto a artigos que queira publicar. Serão muito bem vindos. Queria saber onde vc está agora trabalhando. Vamos manter contatos. Um grande e fraterno abraço!

  2. edurdo disse:

    Lembro-me que seu Alves na epoca da greve, chamou os dois vigilantes, tanto para o portão da frente como o pequeno atraz que ficava perto da redação, colocou os dois com escopeta e avisou esses grevistas se passarem ai menta chumbo, mas graças a Deus não precisou dessa violência.Teminou tudo em Paz. e um bom almento.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *