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Baú de um Repórter

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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Editorial, O Baú de um Repórter, Política

O bau de um repórter

Certa vez conversando com um senhor aposentado do Banco do Nordeste ele me disse que o pai do senador Tasso Jereissati, da geração do coronelismo político na região fez furtuna de uma forma não muito, digamos assim, ortodoxa. Ele lembrou que foi designado para uma missão no Ceará pelo banco, na verdade uma sindicância e constatou certas irregularidades por lá. Vamos ao fato:

O dia em que ouvi uma história sobre o ” poder do coronelismo” exercido  pelos  Jereissati no CE

Era nos ídos de 1950, salvo engano, segundo esse meu interlocutor. Ele trabalhava no BNB em Fortaleza (CE) e foi designado para compor uma comissão de sindicância para apurar supostas irregularidades na compra de maquinário para produção de algodão por produtores do Ceará. Carlos Jereissati, pai do atual senador tucano Tasso Jereissati, além de político era fazendeiro dos grandes no estado. Naquela época, para incentivar o cultivo do algodão, segundo este senhor aposentado, o BNB criou uma linha de crédito especial com juros mórdicos para a compra de máquinas para facilitar a produção algodoeira no Nordeste.

De acordo com o meu interlocutor, a denúncia se baseava num grande carregamento de máquinas que um navio estava trazendo da Inglaterra. A comissão de sindicância foi procurar saber para onde estava indo esse grande carregamento. Descobriu-se que fora toda para a fazenda dos Jereissati. A missão da comissão de sindicância era saber o por que de todo o carregamento estar indo pra lá se haviam vários outros produtores de algodão no Ceará e só Jereissati comprar todo o equipamento.

Pois muito bem: O senhor aposentado do Banco do Nordeste me disse que a comissão foi até a fazenda e chegando lá encontrou um grande galpão amontoado de máquinas. Carlos Jereissati havia comprado o maquinário com juros baixos através do financiamento do banco estatal e nunca pagou um centavo. Acabou que a sindicância não deu em nada. O poder do coronelismo exercido pelos Jereissati no Ceará impediu o prosseguimento da sindicância.

Me reporto a esse fato tendo em vista o bate-boca entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) na última quinta-feira no plenário do Senado, onde a palavra coronelismo foi pronunciada várias vezes. Daí me veio a lembrança essa história.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras histórias do baú de um repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita do Blog e digitar uma palavra-chave tipo baú.

Erramos: Alertado pelo colega Genésio Araújo Junior, coordenador -editor da Agência Política Real, que é cearense, o nome do pai do senador Tasso Jereissati era Carlos Jereissati, e não Tasso Jereissati como informamos. O resto do texto, segundo ele, bate com a verdade. Detalhe: De acordo com Genésio, que conheceu Carlos Jereissati, apesar de exercer o coronelsimo na política do Ceará, Carlos Jereissati era uma boa pessoa.

Obs: Já corrigimos o erro no texto


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