Editorial, O Baú de um Repórter, Política

O baú de um repórter

Já tive oportunidade de falar sobre o assunto que vou me reportar hoje aqui neste espaço. Só que agora, como já se passou a eleição para prefeito vou detalhar mais o que ocorreu no pleito municipal de 2008 em Natal (RN), quando o então vereador Hermano Morais era pré-candidato do PMDB a sucessão municipal. Vamos ao fato:

A pesquisa para prefeito de Natal que não foi publicada

Na condição de então assessor de imprensa do vereador Hermano Morais e seguindo uma estratégia de campanha que já começava a ser montada, foi decidido em reunião que iniciaríamos uma série de visitas as redações de jornais, rádios e emissoras de televisão para dar uma maior visibilidade a sua pré-candidatura a prefeito de Natal.

Num mesmo dia do mês de abril havíamos agendado então duas dessas visitas. A primeira ao Diário de Natal e a segunda a Tribuna do Norte. A visita ao Diário fora cancelada porque o então diretor-geral do jornal Albimar Furtado estava acometido de uma gripe. Seguimos então para a Tribuna onde a visita estava agendada para às 15h30.

Ao chegar à redação do jornal fomos recebido pelo diretor de redação Carlos Peixoto. O diretor-geral da TN, Ricardo Alves, ainda não havia chegado. Ficamos conversando com Peixoto por uma boa meia hora até Ricardo Alves chegar e nos chamar à sua sala. Eu e Hermano. Ao se iniciar a conversa Ricardo foi logo dizendo que tinha conhecimento de que Hermano estava empatado tecnicamente numa pesquisa encomendada pela Tribuna com o então também pré-candidato deputado Rogério Marinho, que fazia parte na época do PSB. Fomos tomados de surpresa.

Hermano pediu para ver a pesquisa. Ricardo abriu o seu computador e nos mostrou os números e pediu para que não divulgássemos nada naquele momento. Tomamos conhecimento de que nos dias 5 e 6 de abril, dias em que a pesquisa de intenção de voto para prefeito de Natal foi realizada foram ouvidos 700 entrevistados. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral, mas segundo Ricardo Alves  os patrocinadores, no caso a prefeitura de Natal e a Tribuna do Norte  preferiram não divulgá-lo com a alegação de que na pesquisa constava o nome do deputado Luiz Almir (PSDB) que desistiu da sua candidatura dias antes a sua divulgação.

A novidade nessa pesquisa é que já existia um empate técnico entre o deputado federal Rogério Marinho, pré-candidato do PSB à sucessão municipal, e que vinha sempre em segundo lugar nas avaliações, e o vereador Hermano Morais, pré-candidato do PMDB. A deputada estadual, Micarla de Souza, pré-candidata a prefeita de Natal pelo PV continuava liderando a corrida sucessória.

A pesquisa trabalhou com dois cenários: no primeiro, o deputado estadual Fernando Mineiro era incluído como pré-candidato do PT. Já no segundo, era a secretária municipal de Planejamento, Virgínia Ferreira, também como pré-candidata do PT. Em ambos cenários os candidatos petistas estavam em último lugar. O maior índice de rejeição continuava com o deputado Luiz Almir e o menor com o vereador Hermano Morais.

Hermano acreditava que se a pesquisa tivesse sido divulgada a sua pré-candidatura poderia ganhar um novo fôlego naquele momento. Tentou em vão convencer as lideranças do PMDB de que era importante a digulgação dos números que davam um empate técnico e que, de certa forma, aquilo era uma novidade dentro do processo sucessório. O empate técnico era na casa dos dois dígitos, algo em torno de 14% a 15%.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias de “o baú de um repórter” é só ir em BUSCA e digitar uma palavra-chave tipo baú.

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