O Baú de um Repórter, Política

O Baú de um Repórter

Nessa minha longa jornada como jornalista e dentre as minhas memórias como repórter de política uma me traz uma triste recordação: Quando trabalhava no Diário de Natal e cobria a Assembléia Legislativa como repórter setorista do jornal. Vamos ao fato:

O dia em que o grande deputado Márcio Marinho passou mal

Acontecia uma sessão ordinária na Assembléia Legislativa. Naquela época, no segundo governo Agripino Maia, a bancada governista era composta por grandes parlamentares como o saudoso Márcio Marinho, filho do deputado federal Djalma Marinho, também já falecido, e tio do deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN). Boêmio e fumante inveterado, apaixonado por Pirangi, sua praia de veraneio, Marinho tinha uma excelente oratória – certamente dividia com o ex-deputado Paulo de Tarso Fernandes a posição de melhores oradores do Legislativo – e foi sempre uma boa fonte e uma pessoa de papo muito agradável.

Adoentado devido ao alto consumo de uísque – só ia para as sessões depois de umas boas doses -, numa dessas sensões Márcio Marinho sai inesperadamente do Plenário. Preocupados os colegas de bancada vão à sua procura. Marinho estava no banheiro passando mal e vomitando sangue. A sessão foi dada por encerrada. Nós repórteres até então não sabíamos o que estava acontecendo. Só depois veio a informação de que Márcio Marinho estava passando mal e tinha sido levado ao hospital.

Márcio Marinho, até pelo seu comportamento conciliador era um político que tinha a simpatia até dos adversários. Até mesmo nas discussões acaloradas em Plenário Marinho não perdia a diplomacia. Era um homem admirado por todos.

Dias depois o grande parlamentar Márcio Marinho veio a falecer. O Rio Grande do Norte perdera alí um grande político de uma sabedoria sem igual. A Assembléia Legislativa certamente perdeu um de seus melhores quadros. Um homem público que costumava dizer sempre que a Casa era o convívio dos contrários.

Lembro desse fato como um dos episódios mais triste na minha vida de repórter. Mas, por outro lado devo dizer que o convívio diário com o deputado Márcio Marinho, eu ainda jovem, me fez conhecer melhor a política do Rio Grande do Norte.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita do Blog e digitar uma palavra-chave tipo baú

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2 Responses to O Baú de um Repórter

  1. Talis Andrade disse:

    Barbosa, transcrevi hoje no meu Aqui não dá. Pela beleza do texto. Pela memória do inesquecível Márcio Marinho.

    • Carlos A. Barbosa disse:

      Muito boa noite Talis. Amigo, obrigado pelo elogio ao texto e fique à vontade quando precisar transcrever outro texto. Abraços!

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