Arquivos
Links Rápidos
Categorias
Quando a gente é repórter acaba fazendo amizade com mjuita gente principalmente quando você faz parte de editorias específicas como Política e Economia, que você lida diariamente quase que com as mesmas pessoas todos os dias. No caso da Política os próprios políticos, óbvio, e no da Economia, claro, os empresários. Quando repórter de Política do Diário de Natal cheguei a criar uma aproximação muito grande com o atual prefeito de Janduís Salomão Gurgel (PT), na época em que ele saiu candidato a governador do Rio Grande do Norte e depois a prefeito de Natal. Vamos ao fato:
O dia em que Salomão me disse que Wilma queria apoiá-lo para prefeito e o PT rejeitou
Salomão Gurgel era candidato a prefeito de Natal. Nas pesquisas de intenção de voto estava bem colocado. Salvo engano em segundo lugar. Perdia apenas para o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) que também disputava o pleito. A prefeita de Natal na época era a hoje governadora do estado Wilma de Faria (PSB). Ela pertencia aos quadros do PDT. Como repórter de Política fui escalado pelo editor meu amigo Luciano Herbert para cobrir a campanha de Salomão, como havia ocorrido quando ele saiu candidato a governador.
Normalmente eu acompanhava as ações de Salomão Gurgel à tarde, que era o meu horário no jornal. Mas pela manhã costumava pegar algumas informações com o próprio candidato. Sempre dava uma ligada para ele pra saber se tinha alguma novidade. A campanha começava a se afunilar. Salomão ficou conhecido em Natal quando da campanha para governador, quando obteve 107 mil votos em todo o estado provocando assim o segundo turno que levou o então candidato Lavoisier Maia, do PDT, a disputa direta com José Agripino Maia, no então PFL.
Como ficou conhecido em Natal e pelas suas propostas quando candidato a governador, a campanha de Slomão para prefeito de Natal começou a ganhar corpo. A prefeita Wilma ainda não tinha um candidato para apoiar. Começou então a conversar diretamente com Salomão, sem consultar a direção do PT natalense. Numa dessas conversas que eu tinha com ele [Salomão] pela manhã ele me disse que Wilma estava disposta a apoiá-lo, e que já tinha levado ao conhecimento dos dirigentes do PT que reagiram contrário a uma aproximação com Wilma, mesmo que fosse apenas para dar apoio à candidatura petista, sem a necessidade de subir no palanque. Me pediu segredo sobre a conversa, o que respeitei, embora com os dedos coçando para digitar a matéria.
Dias depois a informação que Salomão havia me passado em off veio à tona. O PT não aceitava de forma alguma o apoio da prefeita Wilma de Faria. Considerava um retrocesso já que Wilma, na época, para os petistas representava a oligarquia Maia e o pior: o malufismo. Os petistas entendiam que por ser esposa de Lavoisier Maia – Wilma ainda era casada com Lavô – e o fato do marido ter feito campanha para Paulo Maluf na época em que era governador do Rio Grande do Norte para que o então governador de São Paulo fosse o escolhido no colégio eleitoral para presidente da República contra Tancredo Neves, um apoio seu naquele momento seria um desastre para o PT.
Muitas reuniões entre Salomão Gurgel e a direção do PT ainda houve até que Salomão desistiu de ser o candidato. Era um sábado quando Salomão oficializou a retirada de sua candidatura numa reunião na sede do PC do B. Na mesma reunião decidiram então lançar o nome do engenheiro sanitariasta Aldo Tinoco para prefeito de Natal, até então um desconhecido na política. Tinoco fazia parte do secretariado da prefeita Wilma de Faria. Tudo foi articulado com o PDT. O resultado foi que Aldo Tinoco acabou se elegendo prefeito da capital do Rio Grande do Norte.
Se a memória não me falha quem fez o marketing de Aldo Tinoco foi o colega e amigo Ricardo Rosado.
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú
Deixe uma resposta