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Trabalhar em Redação de jornal também exige criatividade principalmente em se tratando da capa que tem que ter algo que possa chamar a atenção do leitor. Lembro que quando o jornalista Ricardo Noblat era diretor de Redação do Correio Braziliense as capas do jornal eram as mais criativas possÃveis. Vamos ao fato:
O dia em que sugeri uma carta de criança para ser capa do JH
Era o final de 2006. Nessa época trabalhava no JH Primeira Edição como editor de PolÃtica. Na véspera do Natal o colega e amigo Edilson Braga, então editor-geral do jornal pediu sugestões para fazer uma capa diferente para o jornal que circularia na data natalina. Eu e o colega João Ricardo – editor de Cidades – fomos consultados.
Como faz todos os anos na época do Natal o Correio promove uma campanha para doação à crianças carentes. Elas enviam cartas para a agência central da empresa e qualquer pessoa pode ir pegar para fazer a doação que pode ser de um brinquedo, uma roupa usada ou nova e até alimentos. Depende do que a criança pedir na carta. Pois muito bem: Foi aà que me surgiu a idéia de colocar na capa do JH Primeira Edição uma dessas cartas.
Braga e João Ricardo compraram a idéia. Um repórter foi designado para ir a agência central do Correio conseguir a carta. Salvo engano o gerente da ECT em Natal sugeriu uma cartinha de uma criança que pedia um emprego para o pai como presente de Papai Noel. Algo de certa fomra inusitado. Quando a carta chegou na Redação a gente foi discutir a melhor maneira de colocá-la na capa do jornal que iria circular no dia de Natal.
Conversa daqui, conversa dali, disse a Edilson Braga que se era pra fazer diferente porque não colocar a carta inteira na capa, já que ela vinha acompanhada de um desenho. Braga ponderou mas acabou concordando depois que João Ricardo achou a idéia ótima. Mas Braga ainda queria colocar algumas chamadas de matérias na capa. Aà eu disse que a carta perderia o impacto. O bom seria só a carta. Ele aceitou a idéia.
O JH Primeira Edição, que na época ainda era tablóide, circulou no dia 25 de dezembro de 2006 com a carta de uma criança pedindo um emprego para seu pai como presente de Natal ocupando o espaço da capa de ponta a ponta. Sucesso total. O que choveu de cartas de leitores depois elogiando a iniciativa do jornal foi uma coisa impressionante. A capa mexeu com o emocional das pessoas. Nunca mais esqueci desse fato.
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú
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