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Nas minhas andanças pelas redações nesses pouco mais de 25 anos de jornalismo aprendi muita coisa e observei outras tantas. Aliás, costumo dizer que jornalista é aquele sujeito que pensa que sabe tudo, mas está sempre aprendendo. Pois muito bem! Vamos ao fato:
O dia em que soube que houve um quebra-pau na usina de Geraldo Melo e não fiz a matéria
Era eu repórter de Cidades do Diário de Natal. Estava saindo para cumprir a pauta num sábado de manhã. O motorista do carro que conduzia eu e o fotógrafo – salvo engano Carlos Santos – me disse que logo cedo alguns trabalhadores da usina do então senador Geraldo Melo, na época no PSDB, tinham ído ao jornal para fazer uma denúncia: Atraso no pagamento dos salários e o quebra-pau que houve devido a isso. Mas como foram logo às primeiras horas da manhã não encontraram ninguém na Redação, mas deixaram um número telefônico para contato.
Fui cumprir a minha pauta e de vota ao jornal falei para o diretor de Redação Aluizio Lacerda sobre o ocorrido na usina de Geraldo Melo. Como testemunha o jornalista e amigo Ricardo Rosado, que visitava à Redação naquele dia. Lacerda perguntou ao editor de Política, na época Gérson de Castro se já tinha conhecimento. De Castro disse que sim. Lacerda perguntou se tinha a matéria. De Castro disse que não. Lacerda então pediu para que a matéria fosse levantada para publicar na edição de O Poti que circularia no domingo. Gerson de Castro disse então que não tinha mais nenhum repórter de Política na Redação e que isso poderia ser feito por mim, já que tinha a informação.
Aluizio Lacerda – nos chamava de professor – sempre com aquele seu jeito educado de falar olha pra mim e pergunta: Professor, dá pra você apurar o assunto? Olhei para Aluizio – já eram por volta de meio dia – e disse que não pois às 13h tinha curso sobre informática. Na época o Diário estava se informatizando e todo o pessoal da Redação, dividido em turmas, estava fazendo esse curso. Naquele sábado era um dos dias do curso que a minha turma estava escalada.
No dia seguinte sai a matéria na página 4 do jornal em duas colunas num canto de página e com pouco destaque. A matéria foi feita com base numa reportagem da TV Ponta Negra. Desde esse dia aprendi que no jornalismo se você tem um assunto importante na mão não se recuse a fazer a matéria. Vá lá e apure o assunto. Deixe as outras coisas que tem pra fazer depois. Corra atrás do fato. Jornalismo é isso. Mas como disse, jornalista está sempre aprendendo. Foi o meu caso.
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú
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