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O jornalismo proporciona a gente conhecer muitas pessoas. É um trabalho interativo no dia-a-dia principalmente quando se é repórter de Cidades, uma editoria em que diariamente você tem a oportunidade de entrevistar inúmeras pessoas das mais diferentes classes sociais. Desde o catador de lixo até o empresário ou industrial. Vamos ao fato:
A primeira entrevista que fiz com Bira Rocha. Um sertanejo de visão
Já tive oportunidade de falar que no jornalismo só não trabalhei na editoria de Polícia – hoje a maioria dos jornais não conta mais com essa editoria. Todas as matérias referentes a essa área são jogadas para a editoria de Cidades. Mas certamente é uma editoria em que você aprende muito. Em todo caso, como repórter de Cidades guardo algumas lembranças boas, dentre elas a de ter entrevistado pela primeira vez, ainda no Diário de Natal, Abelírio de Vasconcelos Rocha – Bira Rocha, como é mais conhecido no Rio Grande do Norte. Bira era, salvo engano, presidente da Anorc [ Associação Norte-riograndense de Criadores]. A entrevista foi no seu escritório e versava sobre a criação de caprinos.
Com seu jeitão “matuto”, embora muito inteligente, Bira Rocha já ocupou o cargo de presidente da Fiern [Federação das Indústrias do Estado] e foi secretário de Estado no primeiro governo Garibaldi Alves (PMDB). Defensor intransigente do desenvolvimento do Rio Grande do Norte, Bira Rocha foi quem implantou enquanto secretário de Infraestrutura a primeira reforma administrativa com redução de pastas no governo do estado. Implantou também, na época, o programa de demissão voluntária para os servidores que estivessem dispostos a deixar o governo recebendo para isso um incentivo financeiro.
Mas vamos a entrevista: Bira, como já disse, cria caprinos. Quando conversei com ele sobre o assunto ele falava com um entusiasmo grande. Certamente criar caprinos é a sua grande satisfação. Nada de ser secretário de Estado ou presidente de uma federação de insdústrias. O seu prazer mesmo são os bodes e cabritos que cria. Um sertanejo autêntico e de muita sabedoria, tanto é que os governantes da hora sempre costumam ouví-lo. Não para saber de sua criação, mas para ter conhecimento mais aprofundado sobre a economia do estado.
Lembro da última vez que entrevistei Bira Rocha, e já para o Blog, isso há alguns meses, quando ele voltou a falar sobre o desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Uma coisa mais que atual. Senão vejamos:
Bira elogiou a iniciativa do governo estadual em ter promovido o evento “RN: um grande negócio”, na sede da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de SP], mas fez uma ressalva: “Pena que a governadora só tenha tomado essa iniciativa seis anos depois de iniciar o seu primeiro governo”.
Bira me disse que a iniciativa da governadora Wilma de Faria foi válida, mas os frutos não são colhidos de imediato. “Falta ainda a segunda parte que é oferecer a infraestrurura necessária para que os investimentos possam vir para o Rio Grande do Norte”. O ex-dirigente da Fiern citou como exemplo a criação do CIA [Centro Industrial Avançado de Macaíba] no primeiro governo Garibaldi, do qual foi secretário de Infraestrutura. Ele afirmou que as indústrias que lá se instalaram se devem a esse tipo de iniciativa, ou seja, divulgar as potencialidades do estado lá fora, mas que foi preciso primeiro criar o ambiente necessário como o aproveitamento do gás natural e energia elétrica para serem levados às indústrias, e a melhoria dos acessos para que as fábricas lá se instalassem. “E isso demandou um certo tempo”.
Para o empresário e agropecuarista Bira Rocha, o estado está atrasado com o aeroporto, o porto e as ferrovias. Quanto aos incentivos fiscais, isso é igual para todos os estados, não faz diferença, colocando que últimamente Pernambuco e Ceará é que estão num estágio mais avançado com relação a questão de infraestrutura para atrair investidores.
Portanto, pode-se dizer com toda certeza que Bira Rocha com a sua sabedoria sertaneja tem uma visão futurista. Daí conversar com ele você acaba aprendendo mais!
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e acessar uma palavra-chave tipo Baú
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