Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

Dentre as minhas experiências como jornalista nesses mais de 25 anos de profissão sem dúvida uma das mais gratificantes foi quando fui editor de Política do JH Primeira Edição em sua primeira fase ainda como jornal tablóide. Foram apenas dois anos mas que serviram para enriquecer o meu lado profissional do ponto de vista do aprendizado. Vamos ao fato:

O jornal que inovou a maneira de fazer jornalismo no RN

Atuei na redação do JH Primeira Edição com um dos mais experientes jornalistas do Rio Grande do Norte, Edilson Braga: Braga era editor geral do jornal, hoje está na Tribuna do Norte, onde já trabalhara por longos anos. Um profissional empolgado com o que faz. Braga vibrava com o JH Primeira Edição falando sempre que o tablóide revolucionara o modo de fazer jornalismo no Rio Grande do Norte. E tinha razão.

Como editor de Política propus fazermos um jornalismo diferenciado, um jornalismo investigativo. E deu resultado. Lembro uma vez que o deputado José Dias, líder da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa, me disse que o JH Primeira Edição quando chegava ao seu gabinete desaparecia tamanha era a procura dos seus funcionários para ler o jornal, e ele mesmo só conseguia lê-lo no final da manhã.

Foram inúmeras as coberturas jornalísticas que fizemos com conotação investigativa que despertaram a atenção dos leitores. Coisa que até então raramente acontecia no jornalismo potiguar principalmente na Política onde as matérias costumam ser pautadas pelo disse-me-disse. No JH não. Mudamos essa concepção.

Esse jornalismo diferenciado fez com que o jornal criasse credibilidade. Durante o tempo em que fui editor de Política nunca houve uma ação contra o jornal  por algum tipo de matéria política que pudesse criar embaraço. Questionamentos sim, mas ação judicial nunca. O jornal era pautado pela veracidade dos fatos. Quando as matérias eram investigativas tomávamos sempre o cuidado de apresentar documentos. Raro era a reportagem que não saia com um fac-símile de documentos, quando se tratava de um assunto delicado e que estava sob investigação.

Infelizmente o nosso trabalho não teve continuidade e hoje o JH Primeira Edição é apenas uma lembrança do bom jornalismo que se fez no Rio Grande do Norte. Um jornalismo sério e sem amarras. Talvez por isso o seu fim!

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú

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