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A vida de jornalista às vezes surpreende a gente. Eu que sempre tive fama de esquerdista com algumas pessoas até me chamando de petista – detalhe: nunca sequer me passou pela cabeça me filiar ao PT – um dia fui condecorado pelo Exército Brasileiro. Como é a vida! Vamos ao fato:
O dia em que fui condecorado pelo Exército
Eu era gerente da sucursal da extinta EBN [Empresa Brasileira de Notícia] em Natal, Rio Grande do Norte. Isso nos ídos de 1990. E como convocação de general não se discute, lá fui eu receber o Diploma de Colaborador Emérito do Exército. No dia 25 de agosto, Dia do Soldado, daquele ano, atendi a um gentil convite do comandante militar do Nordeste, general Luiz Pires Ururahy Netto. O meu nome fora relacionado entre os agraciados com o diploma de colaborador emérito por conta de meus “relevantes serviços prestados ao Exército brasileiro”, digo, dos relevantes serviços prestados pela sucursal da EBN, e no caso eu como seu representante era quem deveria receber a homenagem.
Lembro que naquela época a EBN, que tinha a sua sucursal no edifício Cidade do Natal, alí na rua João Pessoa, centro da cidade, distribuia sinópses das principais notícias dos jornais brasileiros às empresas dos governos federal, estadual e municipal, além das instituições militares como o Exército, Marinha e Aeronáutica. Todos os dias de manhã logo cedo lá estava o mesmo sargento para apanhar as sinópses. Foi esse sargento que não lembro o seu nome que sugeriu ao comando do Exército me agraciar com o diploma de Colaborador Emérito da Armada. A sugestão foi aceita.
A solenidade foi na Praça Cívica. No palanque principal, eu fazia parte de um grupo seleto de pessoas da mídia natalense como por exemplo o jornalista Albimar Furtado ex-diretor geral do Diário de Natal. Tão emocionante quanto receber a honraria foi me ver ao lado de ex-combatentes, senhores que participaram da Segunda Guerra representantes da FEB [Força Expedicionária Brasileira], que também foram agraciados. Por si só isso já era muito gratificante.
É válido ressaltar: o Dia do Soldado foi instituído em homenagem a Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, que nasceu em 25 de agosto de 1803 e participou da Guerra Cisplatina (1825-1828) como capitão. Em 1839 participou da Revolução Farroupilha no Sul e das Balaiadas no Nordeste. Na Guerra do Paraguai (1864-1870) comandou as tropas aliadas e diante do perigo, sob fogo inimigo, lançou um grito de guerra que se tornaria famoso: “Sigam-me os que forem brasileiros”. No dia 7 de maio de 1880, Duque de Caxias, patrono do exército brasileiro, faleceu.
O diploma guardo até hoje no meu baú. Já está ficando um pouco amarelo, tamanho o tempo que está guardado. Nele está escrito:
“O comandante militar do Nordeste em reconhecimento aos serviços prestados ao Exército Brasileiro resolve conceder a Carlos Alberto Barbosa este diploma de Colaborador Emérito do Exército.
Recife-PE, 25 de agosto de 1990
Gen. Ex. Luiz Pires Ururahy Netto
Comandante Militar do Nordeste
Obs do Blog: O web-leitor que desejar conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú
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