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Em junho de 1992, chefes de Estado de todos os países se reuniram no Rio de Janeiro para tratar dos problemas do Planeta Terra. A imprensa mundial cobriu o evento. Nessa época era sub-editor do Caderno Cidades do Diário de Natal e o jornal enviou um repórter à capital fluminense para cobrir o evento. Vamos ao fato:
O dia em que um repórter do DN foi sorteado para fazer uma pergunta a FHC na ECO 92
Nas minhas lembranças de Redação costumo contar fatos que aconteceram não só comigo, mas também com colegas e que não viraram notícias. Dentre estas memórias está o fato de um repórter do Diário de Natal, jornal ao qual trabalhei durante bons 12 anos ter sido sorteado para fazer a única pergunta destinada ao então presidente Fernando Henrique Cardoso durante uma coletiva na ECO Rio 92. Seu nome? Vagner. Só lembro o primeiro nome.
Na ECO 92, II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida por RIO 92 foi apresentado o documento Estratégia Global para a Biodiversidade, elaborado pelo World Resources Institute, dos EUA, e pela União Mundial para a Natureza, da Suíça.
O documento, que continha 85 propostas para a preservação da diversidade biológica no planeta e um plano para o uso sustentado de recursos biológicos, foi aprovado pelo Programa de Meio Ambiente da ONU e pelas Organizações Não-Governamentais que participam do Fórum Global.
A partir de 1994, teve início o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), assinado pelo governo brasileiro e pelo Grupo dos Sete Países mais Ricos do Mundo (G7), durante a ECO 92.
Pois muito bem: Vagner foi escalado pelo Diário de Natal para cobrir esse evento. Era um jovem repórter na época, mas uma grande promessa no jornalismo. Sabia inglês e se destacava pelo seu texto. No seu primeiro dia no Rio de Janeiro, segundo ele mesmo falou pra gente na Redação quando retornou, houve um sorteio entre os profissionais de imprensa promovido pela coordenação do evento para saber qual repórter brasileiro iria fazer uma pergunta ao presidente Fernando Henrique Cardoso na coletiva que iria dar juntamente com outros chefes de Estado. Vagner foi o sorteado.
De acordo com ele todos os outros profissionais de imprensa do Brasil que estavam lá o cercaram depois propondo que abrisse mão da pergunta para passar para um repórter de um “grande” jornal. Estavam lá profissionais da Folha, Estadão, O Globo, JB, Correio Braziliense, enfim, a chamada grande imprensa. Vagner nos disse que os colegas do centro-sul do país alegavam ser ele repórter de um pequeno jornal e, portanto, desconhecido na imprensa nacional para fazer a pergunta ao presidente. Ele resistiu e encarou o desafio.
Não lembro qual foi a pergunta que foi feita ao presidente, só sei que anos depois Vagner que namorava uma colega de Redação – Sarita – de família polonesa, salvo engano, casou-se com ela e os dois foram embora morar na Polônia. De lá pra cá não tive mais notícias sua. O Diário de Natal perdeu sem dúvida um grande repórter.
Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste escriba é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú
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