Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

Nas editorias de Política o pior período para se produzir matérias é exatamente no recesso parlamentar. É difícil você encontrar um político mesmo que seja pelo celular principalmente em anos não eleitorais. Quando era repórter de Política do jornal Diário de Natal vivenciei esse problema. E na época ainda não existia o celular. Pior ainda. Vamos ao fato:

Festa de Padroeira, um bom momento para se encontrar políticos

O mês de janeiro de um ano sem eleições, de certa forma dificulta a vida dos repórteres de Política. Nesse período o repórter tem que tirar “leite de pedra” para fazer uma matéria. Mas como a cidade do Natal comemora o Dia de Reis – 6 de janeiro – essa era sempre a saída para se encontrar algum político. Tem aqueles que são “piolhos”, que não perdem nem funeral quanto mais Festa de Padroeira. É o caso do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Se estiver no Rio Grande do Norte é sagrado ele comparecer a Festa de Santos Reis. Hoje alguns outros políticos seguem o seu exemplo, como a governadora Wilma de Faria (PSB), por exemplo. Outros são eventuais principalmente em anos eleitorais.

Pois muito bem: Sempre nessa data se não estivesse de férias era escalado para cobrir a Festa de Santos Reis. Não a festa em si, mas  para observar aqueles que compareceram a festa e os faltosos e fazer matérias com os políticos que lá estivessem. Político que não vai a Festa de Padroeira está esnobando o voto do eleitor principalmente se eese eleitor  for católico e ainda por cima devoto do Santo Padroeiro. Marcar presença nessas ocasiões é sempre importante para se mostrar simpático diante dos eleitores. Para o padre da paróquia que tem o nome do Santo Padroeiro então é tudo. É nesta hora, diante do Santo Padroeiro, que ele consegue as promessas de ajuda à igreja por parte dos políticos.

Mas, como sempre, as matérias não costumam render lá muita coisa. Fala daqui, fala dali, acena pra todo mundo e o político vai seguindo com a procissão. Nos anos em que tive a oportunidade de cobrir eventos como esses pouca coisa rendia em termos de matéria política. Se fosse ano de eleição os candidatos a governador estavam todos lá, como deve ser até hoje. Ao dar entrevistas, curtas e rápidas, as promessas de campanhas eram sempre repetidas. O detalhe é que era diante do Santo Padroeiro. Muitas vezes pecando, claro, porque sabiam que o que estavam dizendo certamernte metade não iria ser cumprido se se elegesse governador ou governadora.

Contudo, o importante era voltar para a Redação com uma ou umas declarações que pudessem render uma matéria para o dia seguinte. De resto, a gente já sabia de antemão o que iria sair no caderno de Cidades como manchete: “Festa da Padroeira arrasta centenas de pessoas. Boa parte da classe política compareceu ao evento”, ou algo parecido. É aquela velha história. Muitos dos políticos vão a esse tipo de evento para não levar falta da imprensa. Entra ano e sai ano é tudo a mesma coisa!

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras histórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palavra-chave tipo Baú

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