Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

Nessa vida de jornalista a gente aprende muita coisa desde os bancos de faculdade. Aprende, por exemplo, que no jornalismo você tem que ser destemido e não ceder no primeiro momento de pressão. Se fala muito na questão da ética, mas isso é uma coisa que todo ser humano deve ter acima de tudo independente de ser jornalista ou não. Vamos ao fato:

Sou de uma escola em que o profissionalismo está acima de tudo

Lendo um artigo do colega Adriano de Souza, contemporâneo meu de faculdade, me lembrei que quando iniciei no jornalismo trabalhei com ele no Diário de Natal. Somos de uma geração de jornalistas em que a determinação e o destemor estão acima de tudo. Fazem parte dessa geração colegas e amigos como Tácito Costa, João Bezerra Júnior, Ciro Pedroza, Moura Neto, João Maria Medeiros, Josimey Costa, Graça Pinto, Carlos de Souza [Carlão], Iranilton Marcolino, Fernando Fernandes – hoje secretário estadual de Turismo do Rio Grande do Norte -, só para citar alguns.

Me veio à memória falar nisso, como já disse, porque lendo um artigo de Adriano de Souza onde ele cita que “A tática da intimidação é manjada, e era previsível: não imagino que todas as excelências do lugar ponham a liberdade de expressão acima do espelho de casa. Se o fizessem, não patrocinariam essa seita do “jornalismo de resultados”, regida por bispos que, em curiosa inversão, pagam o dízimo aos fiéis, ao invés de recebê-lo”, me lembrei da escola de jornalismo que fazemos parte.

Pois muito bem: Sei perfeitamente do que fala Adriano de Souza. É como disse. Somos de uma geração de jornalistas destemidos que leva à profissão a sério acima de tudo. Não fazemos jornalismo chapa branca nem muito menos de resultados. Daí, de certa forma, sermos marginalizados no mercado de trabalho. Não somos daqueles que dão abênção aos patrões ou aos serviçais do poder. Encaramos o jornalismo com seriedade e profissionalismo.

Me lembro até hoje que na Universidade [UFRN) a minha turma era conhecida por “Turma da Brodway”, onde diziam só tinha artista. Mas artista no bom sentido da palavra, não no pejorativo. Adriano pagava algumas matérias na minha turma, mas ele era um ano na frente de mim. Ele, Fernando Fernandes, João Bezerra Júnior, Josimey Costa e Graça Pinto. Já João Maria Medeiros, Iranilton Marcolino, Ciro Pedroza, Tácito Costa e Carlão eram de uma turma depois da minha. Moura Neto, um cara zen, esse era da minha turma.

Mas todos, sem exceção fazem parte de uma escola que me parece está em extinção. Ou seja, do jornalista destemido. Afora um ou outro, os jornalistas hoje preferem o jornalismo de secos e molhados, infelizmente. É o que retrata Adriano em seu belo artigo onde fala de Os meninos (e as meninas) do milho.

Obs do Blog: O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita e digitar uma palabra-chave tipo Baú

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