Geral, O Baú de um Repórter

O Baú de um Repórter

Lendo uma entrevista do jornalista Miranda Sá no Novo Jornal onde ele dizia que está indo embora para o Rio de Janeiro para tratamento de saúde de sua mulher, me lembrei do tempo em que conheci Miranda, um brizolista de quatro costados. Vamos ao fato:

Miranda Sá, um jornalista bonachão que sabe curtir a vida

Conheci Miranda Sá ainda no início da minha carreira profissional como jornalista. Fui apresentado a ele na assessoria de Comunicação do então governo José Agripino Maia. Era o primeiro governo de Agripino no Rio Grande do Norte. Isso em meados dos anos 1980. João Batista Machado – Machadinho – era o secretário de Comunicação e Miranda Sá o coordenador de imprensa. Fui recomendado por Machadinho que por ser amigo do meu pai mandou avisar a Miranda que se tratava do filho de Barbosa – Francisco das Chagas Barbosa é o nome do meu velho e querido pai.

Pois muito bem: Ao chegar na assessoria de Comunicação, que funcionava ao lado da antiga sede do Tribunal Regional Eleitoral, próximo a parada metropolitana, centro de Natal, me encaminharam para a sala de Miranda Sá. Não tive trabalho nem de bater a porta, pois estava aberta. Dei boa tarde e me apresentei. Miranda estava com as pernas sobre a mesa lendo um jornal. Cabelos grisalhos, óculos na ponta do nariz, baixou o jornal e foi logo dizendo: Ah, você é o filho de Barbosinha. Grande vereador o seu pai, meu amigo! Percebi logo que estava equivocado. Meu pai era diretor comercial do Diário de Natal e não tinha nada com a política.

Disse-lhe que não era filho do vereador e sim de Barbosa que trabalhava no DN. Miranda caiu na gargalhada e se desculpou. Nesse dia batemos um bom papo. Eu que ja havia morado no Rio de Janeiro assim como ele começamos a falar sobre a Cidade Maravilhosa. Flamengo como eu, aí foi que o papo rolou frouxo. Desde esse dia passei a admirar Miranda Sá.

Lembro que certa vez pegamos uma discussão – no bom sentido – sobre política. Brizola estava em campanha para presidente em visita a Natal. Era repórter nessa época do Diário de Natal e fui escalado para a cobertura. Lula também era candidato. Por simpatizar com a candidatura petista, já naquela época, fiz algumas críticas ao candidato Brizola, o que Miranda Sá jamais aceitou. Mas tudo numa discussão civilizada.

Numa das últimas vezes que tivemos contato foi quando eu era ainda editor de Política do JH Primeira Edição. Miranda costumava aparecer por lá para bater-papo com Edilson Braga – editor geral -, e pegava altas brigas com Ailton Medeiros, que era o editor de Cultura do jornal. Às vezes entrava na discussão. Era até covardia. Miranda sozinho defendendo o brizolismo e Braga, Medeiros e eu o lulismo. Falar de Miranda Sá me traz boas lembranças do jornalismo.

Obs do Blog : O web-leitor que quiser conhecer outras memórias deste repórter é só ir em BUSCA na coluna à direita do Blog e digitar uma palavra-chave tipo Baú

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