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por Stella Galvão
Deu nos portais de notícias no segundo domingo de novembro. O governo federal está empenhado em encontrar maneiras de entender as mudanças do eleitorado brasileiro. O anúncio foi destaque na entrevista dada pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), o único que angariou capital político na última eleição para prefeito das capitais. Evandro Leitão assumirá a prefeitura de Fortaleza, a única que tremulará a bandeira vermelha do PT nos próximos quatro anos.
Disse Camilo ao Globo.com: “é um momento importante para o PT fazer uma reflexão, principalmente no Sudeste, em São Paulo, que foi o berço do partido. E fazer uma avaliação com muita humildade, tranquilidade, para entender o que tem mudado no cenário político, na comunicação com as pessoas”. Prosseguiu com a preocupação gerada pelo fato de justo a população mais pobre, em tese a principal beneficiária de programas sociais, não estar mais votando no PT.
O ministro fez menção à eleição de dois extremistas de direita no continente americano, ao norte o mais recente (Trump) e ao sul no ano passado (Milei). Santana, cujo prestígio no governo aumentou com a vitória do aliado petista na capital cearense, repetiu um mantra velho conhecido do noticiário político. Anunciou que o governo “precisa fazer uma reflexão para compreender o que está acontecendo (…) e ver as estratégias para dialogar melhor com a população, com o sentimento das pessoas”. Diante da inércia e imobilidade de determinada força política que sai enfraquecida de uma disputa eleitoral, o que já deveria ter ocorrido – um grande balanço com as lideranças de várias regiões, uma ampla pesquisa qualitativa com a população, uma conversa com pensadores da política e das sociais – é anunciado como mero projeto.
Enquanto o PT pensa no que fazer, Trump é eleito, Milei é o único presidente sul-americano que o encontrará já na próxima semana, e o noticiário abre-se inteiro para o ex-presidente brasileiro declarado inelegível até 2030. Já se fala em um movimento internacional para propor a anistia a Bolsonaro, e ele surfa na onda. Como alertado neste domingo (10/11) pela ombudsman da Folha de S. Paulo, Alexandra Moraes, num espaço de apenas dez dias pós eleições municipais, a Folha levantou a bola dos antecessores de Lula, um deles diretamente implicado no golpe que defenestrou Dilma Rousseff. Foram três entrevistas com o ex-presidente Michel Temer e cinco dias de publicação de fatias de entrevista com Jair, com direito a manchetes no portal Uol e fotos, muitas fotos.
Ilustração de Antonio Roseno, artista potiguar
*Stella Galvão é jornalista, cronista e colaboradora do blogdobarbosa
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