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O MP tem que ir a fundo nas conversas de WhatSapp no Hospital de Campanha de Natal

O Ministério Público do Rio Grande do Norte, que já apura o caso das conversas privadas entre profissionais de saúde – enfermeiros e médicos – que atuam no Hospital de Campanha de Natal, onde foram relatadas que a UTI do hospital conta com uma série de desorganização que teria resultado até em mortes de pacientes, conforme informou o jornalista Dinarte Assunção em seu blog – clique aqui [1] para ler – precisa ir a fundo na investigação.

Os diálogos realizados numa rede de WhatSapp e vazados ao Blog do Dina, desmontam a narrativa oficial de que o Hospital de Campanha de Natal foi um trunfo no combate à pandemia de covid-19 e expõem que a UTI do hospital reúne uma série de desorganização que teria resultado em óbitos de pacientes por negligência, segundo o jornalista.

Apesar do assunto ser sério a imprensa potiguar principalmente a de Natal, ou passou despercebida ou ignorou, o que é pior. Neste quesito o blogdobarbosa valorizou o assunto dando repercussão ao que Dinarte Assunção escreveu – clique aqui [2] para conferir – suitando, inclusive, a reportagem. Suitar no jargão jornalístico é dar continuidade ao assunto, ouvindo o Conselho Municipal de Saúde que sugeriu ao Ministério Público requerer as gravações das conversas ao jornalista Dinarte Assunção. Veja aqui [3].

O secretário municipal de Saúde de Natal, George Antunes, que é um homem sério, já solicitou abertura de sindicância interna para apurar as denúncias.

Alguns dos relatos transcritos no Blog do Dina:

“Posso durante essas ligações [para as famílias] tbem relatar os erros que equipe de enfermagem está fazendo nesta UTI como correr 400ml de dieta em 3h, usar água em cateter central, fazer meropenem em sonda vesical, deixar noradrenalina em dose dobrada com 60ml/h desligada por mais de 20min, checar medicação sem ser administrado no paciente. São exemplos de algumas coisas que eu vi sendo feito nessa UTI que relatei no prontuário médico, porém não relatei para os familiares que estão passando por este momento de aflição de ter um familiar grave internado na UTI”, reclamou um dos médicos nos diálogos.

Uma das mensagens escancara as consequências, diz o jornalista:

“[…]temos cometidos muitos erros e isso tem ceifado a vida de muitos pacientes, uns podem apoiar [NOME OMITIDO] outros podem discordar, qual lado vcs estão não importa, o que importa são às vidas, estamos perdendo vidas uma estamos perdendo por causa da gravidade da doença, outra estamos perdendo por causa dos erros do processo de cuidar e isso eu digo de uma equipe como um todo, talvez vos se sintam ofendidos pq a equipe de enfermagem é a espinha dorsal de todo hospital”.

E completa:

As mensagens despertaram reação dos profissionais ligados à enfermagem, o que levou um dos participantes a voltar à carga para defender o médico que postou a primeira mensagem, afirmando que ele só não queria mais assinar óbitos resultantes da ação de terceiros: “Acho que ele já esta cansado de assinar óbitos por incompetência dos outros”.

O ponto a que chegou a discussão revela como a falta de controle está afetando o trabalho da equipe e como os sucessivos erros descritos se refletem sobre pacientes, relata o jornalista.

Ao responder a um dos participantes da discussão, uma das pessoas informa que até terceirizados da empresa JMT, que presta serviços gerais no hospital, acessam informações médicas”, ressalta Assunção.

Daí reforçar que o Ministério Público precisa ir a fundo neste caso que pode virar um caso de polícia.

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

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