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A vitória de Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles Jr., como Melhor Filme Internacional no Oscar, não é apenas uma conquista para o cinema brasileiro, mas um momento histórico que reverbera profundamente no cenário polÃtico e cultural do Brasil. A premiação inédita e suas repercussões elevam o filme à dimensão de um verdadeiro monumento artÃstico e polÃtico. O filme denuncia as violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar (1964-1985), perÃodo sombrio que deixou marcas indeléveis na história do paÃs.
A obra expõe a luta de Eunice Paiva para expor as condições do desaparecimento do seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, nas mãos dos carrascos da ditadura.
Em um mundo cada vez mais polarizado e hostil, essa premiação fortalece não apenas a arte brasileira, mas também o campo democrático e a figura do presidente Lula, que simboliza a resistência contra o autoritarismo e a defesa da memória e da justiça. Ainda Estou Aqui, baseado em livro do escritor Marcelo Rubens Paiva, assume, assim, status que extrapola o de um filme: é um testemunho da luta mais geral pela verdade e pela dignidade humana. Walter Salles Jr., com sua maestria cinematográfica, conseguiu transformar a dor e a resistência de Eunice em uma obra universal, que ressoa além das fronteiras do Brasil. A premiação no Oscar é um reconhecimento internacional da importância de se confrontar o passado e de se defender os valores democráticos, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta o avanço de ideias autoritárias e revisionistas.
A reação (ou a falta dela) dos bolsonaristas e da direita brasileira à conquista do Oscar é sintomática. Enquanto o paÃs celebra essa vitória histórica, setores que defendem a ditadura militar e minimizam seus crimes permanecem em silêncio ou, pior, tentam desqualificar a importância do filme. Para o bolsonarismo, que sempre flertou com a nostalgia do regime militar, Ainda Estou Aqui é um incômodo. O filme expõe as feridas de um perÃodo que eles insistem em glorificar, mas que a maioria da sociedade brasileira rejeita veementemente. No momento dessa conquista que é do Brasil como um todo, Jair Bolsonaro não tem como celebrar uma obra que desnuda as atrocidades cometidas por um regime que a extrema-direita tanto idolatra.
A premiação também fortalece simbolicamente o governo Lula, que representa a reconstrução democrática após os anos sombrios do governo Bolsonaro. Lula, que foi perseguido e preso durante o perÃodo em que a extrema-direita tentou silenciar vozes progressistas, hoje lidera um governo comprometido com a memória, a verdade e a justiça. O Oscar de Ainda Estou Aqui é, portanto, uma vitória não apenas para a cultura, mas para todos que lutam por um Brasil mais justo e democrático.
Em um mundo onde a democracia está sob constante ameaça, a arte assume um papel crucial na defesa dos direitos humanos e na preservação da memória coletiva. A vitória de Walter Salles Jr. no Oscar é um lembrete de que o cinema pode ser uma arma poderosa contra o esquecimento e a opressão. E, para o Brasil, é um sinal de que, apesar das tentativas de revisionismo histórico, a verdade e a justiça sempre prevalecerão.
Enquanto o bolsonarismo se cala diante dessa conquista, o resto do paÃs celebra. Ainda Estou Aqui não é apenas um filme; é um legado eterno de resistência e esperança. E, em um mundo mais hostil, essa vitória fortalece a luta por um futuro onde a democracia e a dignidade humana sejam inegociáveis.
Foto reproduzida da Internet
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