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Está no Brasil 247
– Durante a segunda reunião do Grupo de Contato do BRICS sobre Questões Econômicas e Comerciais, realizada por videoconferência entre quinta e sexta-feira (11), os países-membros expressaram fortes críticas à recente política de “tarifas recíprocas” adotada pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Global Times neste sábado (12). O encontro teve como foco as tensões comerciais provocadas por medidas unilaterais de Washington, e os países do bloco defenderam uma resposta coordenada em defesa do sistema multilateral de comércio baseado em regras.
Segundo o Ministério do Comércio da China (MOFCOM), os representantes dos países do BRICS manifestaram “profunda preocupação com o severo impacto” das tarifas impostas pelo governo norte-americano, classificando-as como violações graves das normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na avaliação do grupo, essas ações representam uma forma de intimidação econômica que ameaça a estabilidade da economia global.
“A imposição da política de ‘tarifas recíprocas’ pelo governo dos EUA minou severamente o sistema de comércio internacional, interrompeu as cadeias industriais e de suprimentos globais e exerceu impactos prolongados sobre a economia mundial”, afirmou o governo chinês, ao destacar que os países do BRICS precisam manter o rumo da globalização e proteger coletivamente as regras do comércio internacional.
Criado em 2011, o Grupo de Contato é uma das principais instâncias para troca de opiniões entre os países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – sobre questões econômicas, comerciais e de investimento. Durante a reunião, diversos membros reiteraram que o atual contexto exige “reforço da solidariedade” entre as economias emergentes para enfrentar o unilateralismo e o protecionismo dos países desenvolvidos.
Em paralelo ao encontro multilateral, o Ministro do Comércio da China, Wang Wentao, reuniu-se por videoconferência com o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Durante a conversa, ambos discutiram o fortalecimento das relações econômicas e comerciais entre China e Brasil, além de alinharem posições sobre como reagir às medidas tarifárias dos Estados Unidos.
De acordo com o MOFCOM, os dois países concordaram em “alavancar o papel de plataformas multilaterais como o BRICS e o G20” para enfrentar os desafios atuais do comércio internacional. A reunião reforça a intenção do Brasil de manter um papel ativo nos fóruns multilaterais, buscando fortalecer parcerias estratégicas fora do eixo tradicional liderado pelos Estados Unidos e Europa Ocidental.
Paralelamente, a Bloomberg informou que o Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, prepara uma viagem à China na próxima semana, com o objetivo de firmar parcerias no setor de energia. Entre as empresas com as quais o ministro deverá se reunir estão a Huawei Technologies, a fabricante de veículos elétricos BYD e a State Grid Corp. da China. A agenda inclui tratativas sobre armazenamento de energia e potenciais linhas de transmissão para enfrentar gargalos da rede elétrica brasileira.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, uma falha no sistema aduaneiro causou transtornos no processo de isenção das tarifas recém-impostas para cargas já em trânsito. Segundo a CNBC, o código eletrônico necessário para o desembaraço aduaneiro ficou inativo por mais de 10 horas, comprometendo o fluxo de mercadorias. A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) confirmou o problema e informou que a falha já foi corrigida.
A crise tarifária também começa a impactar os portos norte-americanos. Em entrevista à Reuters, o diretor executivo do Porto de Los Angeles, Gene Seroka, afirmou que as importações devem cair “pelo menos 10% no segundo semestre” deste ano. Segundo ele, “o comércio global desacelerará à medida que as empresas tentam entender o que isso significa”.
Diante desse cenário, os membros do BRICS se comprometeram a manter o diálogo e a articulação por meio de canais econômicos e comerciais, buscando uma resposta unificada frente às tensões geradas pela política comercial dos Estados Unidos. A expectativa é de que o grupo continue atuando como uma voz firme na defesa de um comércio internacional mais justo, equilibrado e inclusivo.
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