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Política

Policial ligado a Ramagem recebeu propina de empresa contratada pela Abin, aponta PF

Está no Brasil 247

Um relatório da Polícia Federal revelou que o policial federal Felipe Arlotta Freitas, assessor especial do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, recebeu pagamentos mensais de R$ 5 mil de uma empresa contratada pela própria agência de inteligência. A informação foi publicada pelo colunista Aguirre Talento, do UOL, nesta quinta-feira (19).

Segundo o documento, Arlotta teria usado a estrutura da Abin para beneficiar interesses privados e, em troca, recebido vantagens econômicas indevidas por meio de um suposto patrocínio a um canal no YouTube, cujo sócio oculto seria ele próprio. O canal foi registrado em nome da mãe do policial, e o dinheiro era repassado pela empresa Berkana Tecnologia em Segurança, que firmou contrato de R$ 9,6 milhões com a Abin durante a gestão de Ramagem.

“Os pagamentos mensais de R$ 5.000,00 realizados pela Berkana Tecnologia em Segurança LTDA à empresa DH Web Conteúdo e Mídia Social, sem prejuízo das outras empresas, gerida de fato por Felipe Arlotta de Freitas, sob a rubrica de ‘patrocínio’, configuram, na realidade, vantagem econômica indevida oferecida e recebida em razão do cargo ocupado por Felipe Arlotta Freitas na Abin, em evidente conflito de interesses”, descreve o relatório final da PF.

Arlotta ocupou cargos estratégicos na Abin, como assessor especial do gabinete de Ramagem e coordenador do Centro de Inteligência Nacional. De acordo com os investigadores, ele integrava o núcleo de confiança do então diretor da agência e participou de operações ilegais de monitoramento de adversários políticos.

A Polícia Federal concluiu que Arlotta usou o cargo para autorizar ações clandestinas, falsificar documentos, executar operações de inteligência sem respaldo institucional e se envolver em atividades político-partidárias. Além disso, teria se beneficiado da função pública para manter negócios privados ocultos.

“Felipe Arlotta, no exercício de suas funções, ordenou e participou de ações clandestinas para fins privados, atuou diretamente na tentativa de encobrir ilícitos mediante a falsificação de documentos, comandou operações de inteligência sem amparo institucional, participou de atividades político-partidárias durante o exercício da função e utilizou interposta pessoa para ocultar a propriedade de empreendimento privado”, conclui a PF.

Com base nas investigações, Felipe Arlotta foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato e prevaricação.

Procurado pelo UOL nos números de telefone informados à Polícia Federal, Arlotta não retornou os contatos. Em 2023, ele compareceu à sede da PF para prestar depoimento, mas permaneceu em silêncio. Na ocasião, entregou espontaneamente seu celular aos investigadores.

Foto reproduzida da Internet

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