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por Leonardo Attuch, no Brasil 247.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viveu, nesta terça-feira 14, seu dia mais quente. Numa sequência de acontecimentos, o ministro Paulo Pimenta foi deslocado da Secretaria de Comunicação Social para o ministério extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul e, logo em seguida, Jean Paul Prates foi demitido da Petrobras.
O primeiro movimento não chega a surpreender. Como a reconstrução das regiões atingidas pela enchente será bancada por recursos federais e o governador gaúcho Eduardo Leite é parte do problema, por ter eliminado praticamente todas as normas de proteção ambiental no estado, é natural que o presidente Lula queira ter um “olheiro” no estado, coordenando as ações federais e as medidas de apoio às prefeituras atingidas. Na comunicação, o substituto de Pimenta, Laércio Portela, chega como interino, num movimento que indica continuidade das atuais políticas da Secom.
A troca na Petrobras, no entanto, é bem mais sensível. Em pouco mais de um ano de gestão, Prates conseguiu alterar a política comercial da Petrobras, conforme estava previsto nas promessas de campanha do presidente Lula, e, ainda assim, construiu uma relação positiva com os grandes investidores institucionais da estatal. O resultado foi a companhia ter alcançado seu recorde de valor de mercado, ultrapassando a cifra de R$ 560 bilhões. Ou seja: Prates conseguiu se equilibrar entre o governo e o mercado.
Sua demissão decorre, portanto, mais por problemas na relação com o presidente Lula e com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do que propriamente por erros de gestão. Mas essa não será a leitura do mercado, que se comporta com instinto de manada. A primeira leitura será a de que a substituta de Prates, Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, chegará com a missão de reduzir preços e ampliar grandes investimentos – o que, diga-se de passagem, Prates já vinha fazendo.
Com isso, a tendência é que a Petrobras sofra um ataque especulativo, com queda acentuada nas suas ações, até que Magda Chambriard diga aos investidores a que veio. A tendência é que as principais apostas da gestão Prates, como transição energética, pressão por exploração na Margem Equatorial, retomada de investimentos em refino e a própria política comercial, sejam mantidas. A diferença talvez seja apenas a velocidade na retomada dos grandes investimentos, como a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), assim como na indústria naval. A ver.
* Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247
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