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O jornalista Gyro Gearloose conseguiu outra entrevista exclusiva para o blog com o presidente de Barril, Miguel Tempo. Nesta entrevista Tempo falou sobre a reforma trabalhista que pretende implantar assim como o presidente da França, François Hollande, e o presidente interino do Brasil, Michel Temer. De acordo com Miguel Tempo, a reforma trabalhista é uma condicionante da poderosa federação da classe produtora de Barril e já tem nome: “Pato de Tróia”. Segue a entrevista:

1 – Gyro Gearloose – Passado alguns dias da posse do Sr como presidente de Barril, qual a medida de impacto que o Sr pretende tomar para amenizar a crise econômica?

Miguel Tempo – Todos sabemos que o mundo enfrenta uma crise econômica sem precedentes e Barril não é uma ilha isolada. Assim como na França e no Brasil temos que tomar medidas que agradem principalmente as classes produtivas de nossos países. Especificamente em Barril vamos lançar o projeto “Pato de Tróia” que consiste no seguinte: eu, o ministro da Fazenda e o ministro do Planejamento vamos chegar ao Congresso dentro de um enorme Pato, que estamos chamando de “Pato de Tróia” para pegarmos os congressistas de surpresa. Ou seja, vamos invadir o Congresso dentro desse grande pato para pressionar deputados e senadores a aprovarem este projeto que é de interesse daquela grande Federação.

2 – Gyro Gearloose – Mas porque chegar dentro de um pato gigante ao Congresso. Isso não parece bizarro?

Miguel Tempo – Meu caro jornalista. Por se tratar de uma reforma trabalhista os nossos congressistas são temerosos quanto a reação das centrais sindicais. Precisamos mostrar a eles que por trás dessa reforma estão os interesses das classes produtoras de Barril. Aí, vamos refrescar a memória dos nossos parlamentares sobre quem financia as campanhas eleitorais em Barril. Trata-se de pura estratégia chegarmos ao Congresso no “Pato de Tróia”.

3- Gyro Gearloose – Mas o Sr não teme (sem trocadilhos) a reação da classe trabalhadora com medidas que aos olhos das centrais sindicais não são boas para eles, tendo em vista que o objetivo maior das mudanças é reduzir os custos para os empresários?

Miguel Tempo – Claro que não temo, pois que quem leva o progresso de Barril são as classes produtoras. Não aceito desordem nem a falta de progresso.

4-Gyro Gearloose – Presidente Miguel Tempo. Parte da população de Barril continua nas ruas se manifestando contra o governo do Sr. O que tem a dizer?

Miguel Tempo – Prefiro ignorar isso. O compromisso do meu governo é com a classe produtora. Daí o grande programa do meu governo, o “Pato de Tróia”, pois quem vai pagar o pato são os trabalhadores e os contribuintes.

5- Gyro Gearloose – Mas essa parte da população que está insatisfeita com o governo do Sr está indo as ruas pedir o seu impeachment.

Miguel Tempo – Isso é um golpe. Não aceito isso de jeito nenhum. Ainda bem que parte da imprensa está do nosso lado, caso da Rede Bobo, por exemplo.

6-Gyro Gearloose – Como o Sr pretende vencer as resistências contra o governo e ainda por cima essa proposta do “Pato de Tróia”?

Miguel Tempo – Simples. Vamos continuar conversando no Palácio do Jabuti com as classes empresariais. Repito o que já disse na primeira entrevista que lhe dei: pretendo fazer um governo austero como combinado com os empresários de Barril. Um governo onde uma das primeiras medidas a serem adotadas é a reforma trabalhista, exigência essa da classe produtora de Barril. Será uma reforma na lei trabalhista para acabar com as regalias da classe trabalhadora principalmente daqueles sindicalistas que só querem fumar charutos cubanos.

7– Gyro Gearloose – O Sr não teme ter que recuar com medidas impopulares como fez o presidente interino do Brasil, Michel Temer, que acabou com o Ministério da Cultura e após pressão da classe artística voltou atrás?

Miguel Tempo – Claro que não, até porque o projeto “Pato de Tróia” é simpático a classe produtora. Portanto, é quem emprega estes sindicalistas e trabalhadores que não querem nada com o trabalho, só sugar as empresas.

8-Gyro Gearloose – Mas isso já é uma decisão? Não lhe parece uma decisão unilateral já que o Sr só vai conversar com as classes produtoras?

Miguel Tempo – Não vejo assim. O meu governo vai prezar pelo progresso e pela ordem. Sendo assim, o progresso começa com o entendimento com as classes produtoras e a ordem será mantida proibindo manifestações contra o meu governo, seja das centrais sindicais ou de quem quer que seja.