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Está no Brasil 247
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, representou um duro golpe para a estratégia jurídica do ex-presidente e de outros investigados na trama golpista. A informação foi revelada pela colunista Bela Megale, do Globo. Moraes também solicitou a abertura de inquérito contra Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz, por possível tentativa de obstrução de Justiça.
O motivo da nova ofensiva do ministro está nos contatos mantidos entre Kuntz e o tenente-coronel Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A troca de mensagens entre os dois foi usada pela defesa de Câmara para tentar anular o acordo de colaboração premiada de Cid, sob o argumento de que ele teria sido coagido. A iniciativa, porém, teve efeito contrário: levou Moraes a interpretar o gesto como tentativa de interferir nas investigações e reafirmar a validade da delação.
“A comunicação entre ambos pode caracterizar, em tese, o delito de obstrução de investigação de infração penal que envolve organização criminosa”, escreveu Moraes em sua decisão. Segundo o ministro, os advogados de Câmara atuaram para obter informações sigilosas sobre a delação, com o objetivo de construir uma narrativa favorável à defesa. Ele afirmou ainda que essa tentativa visava à “obtenção de elementos de informação complementares e destinados à construção de acervo probatório e instrutório”.
A ação do ministro ocorre após Kuntz apresentar ao STF conversas que teve com Mauro Cid por meio do perfil “GabrielaR702” — identificado pela defesa de Bolsonaro durante o depoimento do militar na semana passada. Segundo o advogado, Cid teria feito críticas à forma como sua delação foi conduzida pela Polícia Federal e pelo Supremo, o que, na visão da defesa, indicaria vícios no processo de colaboração.
Kuntz alegou que reteve as mensagens por mais de um ano e só decidiu apresentá-las agora por considerar este o “momento oportuno” para a defesa de Câmara. No entanto, a leitura de Moraes foi a de que se tratava de uma tentativa deliberada de influenciar o rumo das investigações. Para o STF, esse movimento não enfraquece, mas fortalece a delação de Cid.
Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, foi o primeiro a levantar em juízo a existência do perfil “GabrielaR702”, buscando reforçar o argumento de que Cid havia feito contato irregular com a defesa de Câmara. A estratégia, porém, não convenceu Moraes, que já havia negado um pedido de anulação da delação feito pela defesa do ex-presidente com base nas mensagens.
Foto reproduzida da Internet
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