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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Artigo

Recall dos CACs

por Oliveiros Marques, no Brasil 247

A cena de cinismo de um governador sob cujas barbas – com sua conivência e convivência – facções criminosas e milícias se espraiaram pelo território do Estado do Rio de Janeiro, fazendo um discursinho de que a operação genocida da última semana, nos complexos do Alemão e da Penha, seria “enfrentamento à criminalidade”, exige que todos pensemos seriamente sobre segurança pública. É preciso encarar o debate para que a narrativa rasa, oportunista e eleitoreira da extrema-direita não se consolide como “verdade” entre a população brasileira.

Esse enfrentamento se faz, claro, com ações objetivas, sustentadas por quem entende que combater organizações criminosas – milícias ou narcotraficantes – passa por outro caminho: o da inteligência, da asfixia financeira e da ruptura das cadeias logísticas, combinado com a presença efetiva do Estado nos territórios.

Nessa direção, ousei esboçar um conjunto de ações que poderiam compor um Plano Federal Anticrime. O governo do presidente Lula já mostrou do que é capaz ao atingir o braço financeiro dessas organizações. A Operação Quasar, da Polícia Federal, chegou à Faria Lima, onde operadores do narcotráfico lavavam recursos. São instituições financeiras que a extrema-direita no Congresso insiste em blindar contra maior taxação e controle.

Há, porém, outro braço que alimenta essas organizações a partir de atividades ditas “legais”, devidamente estimuladas e financiadas politicamente durante o governo anterior: os chamados Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores – os CACs. As mudanças legais de Bolsonaro, flexibilizando regras para compra de armas – inclusive armamentos antes restritos às forças de segurança, como fuzis – incendiaram o comércio e, por consequência, o desvio para o crime. Cada pessoa podia comprar até 30 armas.

Mesmo com a revogação dessas facilidades no governo Lula, as armas adquiridas no período anterior não precisaram ser devolvidas. Milhares continuam em circulação. Muitas, como apontam diversas investigações a partir de apreensões, estão nas mãos de milicianos e faccionados.

Por isso, uma medida central desse imaginado Plano Federal Anticrime seria um recall, conduzido pela Polícia Federal ou pelas Forças Armadas, exigindo que todos os ditos colecionadores, atiradores e caçadores apresentem fisicamente as armas adquiridas sob a legislação anterior. Uma ação assim permitiria identificar elos que hoje instrumentalizam o crime com armamento pesado.

Como falamos de um plano, não se trata de ação isolada. Nos próximos dias, seguirei explorando outras possibilidades na linha de propor medidas concretas – com inteligência, tecnologia e planejamento – em contraponto ao discurso fácil da extrema-direita de “entrar atirando” nas comunidades. Sabemos que isso não resolve nada, apenas coloca vidas inocentes em risco, como se vê nos cinco anos do ignóbil e oportunista Cláudio Castro à frente do Rio de Janeiro.

*Oliveiros Marques é sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

Foto reproduzida da Internet


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