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Está no Brasil 247
Durante visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um forte apelo pela reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina como uma obrigação ética e uma medida necessária à estabilidade global. As declarações foram feitas ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, em coletiva de imprensa em Paris nesta quarta-feira (5).
“A ONU completa 80 anos padecendo de grave déficit de legitimidade e eficácia”, afirmou Lula, ao destacar que a atual estrutura do sistema multilateral está paralisada diante de conflitos armados e crises humanitárias. “As guerras da Ucrânia, em Gaza, a situação no Haiti e tantas outras crises esquecidas demonstram que a reforma do Conselho de Segurança da ONU é inadiável”, acrescentou.Play Video
Palestina no centro da pauta internacional
Lula criticou a omissão da comunidade internacional diante do sofrimento do povo palestino e defendeu que a existência de dois Estados seja reconhecida como princípio incontornável do direito internacional. “Reconhecer o Estado palestino é um dever moral e uma exigência política de todos os governantes do mundo”, declarou.
Ele relembrou que o Brasil foi uma das primeiras nações latino-americanas a reconhecer formalmente o Estado da Palestina e cobrou que outros países façam o mesmo, especialmente em um momento de intensificação da violência na Faixa de Gaza e de bloqueios diplomáticos no Conselho de Segurança.
Reformas para priorizar a vida humana
Segundo o presidente, o atual modelo global prioriza disputas de poder em detrimento da dignidade humana. “Todos esses conflitos consomem recursos valiosos para o desenvolvimento”, observou. Em resposta, Lula ressaltou a importância da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante sua presidência do G20 em 2024. “Queremos inverter essa lógica e voltar a colocar a vida humana no centro da agenda internacional”, afirmou. “Sei que podemos contar com a França.”
Parcerias estratégicas e integração global
A fala de Lula integrou uma visita de Estado que marca a retomada de laços políticos e diplomáticos entre Brasil e França após mais de uma década sem uma visita oficial de um presidente brasileiro ao país europeu. Na ocasião, Lula se reuniu com Macron para discutir uma ampla pauta de cooperação bilateral, incluindo ciência, meio ambiente, defesa, energia e comércio.
“A minha presença aqui consolida essa reaproximação”, disse Lula, ressaltando que os dois países compartilham não apenas interesses econômicos e culturais, mas também uma extensa fronteira terrestre por meio da Guiana Francesa. “A França deveria estar para a América do Sul como está para a Europa. A França é também sul-americana.”
Unidade latino-americana e protagonismo no Sul Global
O presidente também reforçou a convicção de que Brasil e França devem liderar um novo ciclo de integração entre o Sul Global e a Europa, baseado no multilateralismo, na cooperação e no respeito à soberania dos povos. Ao mencionar sua futura presidência do Mercosul, Lula reafirmou o objetivo de concluir o acordo com a União Europeia durante o seu mandato. “Essa é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário”, afirmou.
Fotos: Ricardo Stuckert / PR
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