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O Blog reproduz entrevista publicada no Viomundo, de Luiz Carlos Azenha, com o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), sobre as denúncias que fez contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Segue a entrevista:
Rogério Correia: “todos sabiam das denúncias contra o Aécio, só que preferiram ignorá-las solenemente e blindar o senador de forma absurda”.
por Conceição Lemes
Ao disputar a presidência da República, em 2014, Aécio Neves, queridinho da Globo, Veja, Isto É, Época, Estadão, Folha, recebeu apoio maciço da grande mídia, que prontamente incorporou o slogan dos marqueteiros dele — “o homem preparado para governar o Brasil”.
Neto do doutor Tancredo, bonitão, tucano.
Um perfeito menino do Rio, com “brasão” tatuado no braço.
Um príncipe.
No início da noite de 17 de maio, assim que caiu na rede a reportagem de O Globo, revelando grampos-bomba, ele começou a se transformar:
* Joesley Batista, dono da JBS, havia gravado uma conversa de 30 minutos com o senador e presidente nacional do PSDB, pedindo-lhe R$ 2 milhões.
*O dinheiro vivo, entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foi depositado na conta de empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Na manhã do dia seguinte, 18 de maio, ao olhar-se no espelho, ele viu um sapo.
O primo Fred e a irmã, Andrea Neves, tinham sido presos em suas casas, na Grande Belo Horizonte.
Andrea é considerada operadora do irmão nas irregularidades investigadas pela Lava Jato. Fred foi o administrador financeiro da campanha de Aécio à presidência.
O seu gabinete no Senado, a casa em Brasília, o apartamento no Rio de Janeiro e o em Belo Horizonte foram alvo de busca apreensão pela Polícia Federal (PF).
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento imediato de atividades parlamentares, mandou apreender o passaporte e o proibiu de ter contato com outros investigados.
No final da tarde, menos de 24 horas após a denúncia vir a público, Aécio pediu o afastamento da presidência do PSDB. Em comunicado oficial, disse:
“Me dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de 30 anos de vida dedicada à política e aos mineiros, em especial”.
A cada dia, novas denúncias são divulgadas. Aguarda-se para breve a delação de Oswaldo Borges da Costa, o Oswaldinho, principal operador de Aécio, inclusive na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
O príncipe virou irremediavelmente cururu. Aquele que, quando morre, nem formiga come.
Pesquisa da CUT/Vox Populi divulgada na segunda-feira passada (06/06) sobre intenção de voto para presidência da República em 2018 aponta nessa direção. Aparece com zero por cento de intenção de voto.
“Aécio ludibriou os brasileiros”, disse há alguns dias o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Judiciário, Ministério Público, imprensa e mesmo boa parte dos eleitores tinham conhecimento das denúncias envolvendo o senador Aécio”, rebate o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), em entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Eu mesmo entreguei a essas instituições — em alguns casos várias vezes — documentos demonstrando improbidade administrativa, corrupção, truculência contra os que dele discordavam, entre outros crimes do senador Aécio”, atenta Rogério.
“Assim como eu sempre passei amplamente à grande imprensa essas denúncias”, frisa.
“Só que todos preferiram ignorá-las solenemente e blindar Aécio de forma absurda”, põe o dedo na ferida.
Segue a íntegra da nossa entrevista.
Viomundo –Nos últimos 13 anos, o senhor remou contra a maré na Assembleia Legislativa. Foi praticamente uma voz solitária, persistente, contra os malfeitos de Aécio Neves, Antônio Anastasia e o PSDB de Minas. Tem ideia de quantas representações fez contra as gestões deles ao Ministério Público Estadual (MPMG) e ao Ministério Público Federal (MPF)?
Rogério Correia – Nossa! Muitas, a maioria contra o Aécio. No levantamento que acabamos de fazer, a pedido de vocês, do Viomundo, nós elencamos uma porção delas. Mas há muito mais coisas.
Eu não coloquei, por exemplo, os parentes do Aécio que trabalharam nos seus governos para não dizerem que é um problema pessoal.
Não incluí também a perseguição implacável aos que ousassem discordar ou denunciar Aécio, tornando-se seus “inimigos”. Desse modus operandi de Aécio resultaram, por exemplo:
*Tentativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de cassar o meu mandato.
*Prisão do jornalista Marco Aurélio Carone e o fechamento do jornal dele, o Novo Jornal.
* No mesmo dia da prisão do Carone, houve invasão da casa do jornalista Geraldo Elísio – o Picapau –, com busca e apreensão de computador, pen-drives e documentos.
*Perseguição ao lobista Nílton Monteiro, que atuou nos bastidores tucanos e também foi preso.
*25 processos contra a Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUTE-MG e da CUT-MG, para intimidar a sua atuação sindical.
Viomundo – Conhece o Aécio?
Rogério Correia — Eu mal o conheço. Nós nos cumprimentamos umas poucas vezes em atividades institucionais. O meu problema em relação a ele não é pessoal.
Devido à minha persistência em denunciar os malfeitos dele, muitos brincam comigo: “isso é caso de amor (risos). Não é, claro! (risos, de novo)”.
O meu problema é com o que representam politicamente o aecismo e o PSDB mineiro. Eles provocaram o desmonte do Estado de Minas!
Esse processo começou com Eduardo Azeredo [1995 a 1999] e Fernando Henrique Cardoso [na presidência da República, 1995 a 2003].
Todo o setor financeiro de Minas foi entregue a empresas privadas, preferencialmente de amigos. Venderam o Bemge, o Credireal, a Minas Caixa. Venderam a Cemig. Até o Mineirão foi entregue à iniciativa privada dos amigos.
A Lei Kandir [Lei complementar nº87, de 13 de setembro de 1996], do governo Fernando Henrique, liquidou Minas!
Viomundo – Por quê?
Rogério Correia – Nós paramos de cobrar imposto de empresa exportadora. Em consequência, a mineradora explora minério de Minas e não paga imposto para Minas. Isso nos sufocou de tal maneira que o Estado perdeu o seu potencial de crescimento.
Da edição da Lei Kandir até hoje, Minas deixou de receber R$135 bilhões de impostos das empresas exportadoras de minério.
Hoje, a União cobra-nos uma dívida de R$ 80 bilhões! Se fizéssemos o acerto de contas, Minas seria credora de R$ 55 bilhões.
Importante: não foi só o Estado que deixou de receber, todos os municípios também.
Viomundo – E o Aécio?
Rogério Correia – Veio depois, com a história do choque de gestão. Como Minas estava quebrada, era preciso “enxugar” o serviço público, ele partiu para o desmanche da saúde, educação, segurança pública.
Anastasia [secretário de Planejamento nos dois governos Aécio] foi inventor do choque de gestão, Aécio, o político que comandava o esquema.
Leia-se: administração pseudomoderna, nitidamente neoliberal, que “enxugou” o Estado, liquidou com a Educação, a Saúde e Segurança Pública. Hoje, nós temos poucos soldados. Professores mal remunerados, sem plano de carreira. A saúde, em descalabro.
Em 2015, ao tomar posse, o Pimentel [governador Fernando Pimentel] assumiu um Estado completamente quebrado, endividado, sem recurso para investir. Esse é o resultado dos governos do PSDB em Minas.
Viomundo – Como ele conseguiu isso?
Rogério Correia – Por meio da blindagem absurda, que fez com que essa política do tucanato mineiro prevalecesse como se fosse pensamento único.
Além disso, toda a corrupção, o esquema de propinas, o jogo violento bem condizente com as características do próprio Aécio.
Ele conseguiu juntar uma tropa de choque parecida com a que o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, o ACM, tinha na Bahia — aqui, o deputado Sávio Souza Cruz o apelidou de “Aecinho Malvadeza” — e o ex-governador Sérgio Cabral [atualmente, preso em Bangu], no Rio de Janeiro. Uma junção terrível.
A coisa ficou tão grave que Aécio conseguiu ser candidato a presidente da República e perder a eleição em Minas. Se ele não tivesse sido derrotado aqui, seria o presidente da República.
Viomundo – Por que perdeu aí?
Rogério Correia — As pessoas foram vendo que os os dois governos do Aécio [2003 a 2010] e o do Anastasia [2011 a 2014] eram uma farsa, apesar de toda a blindagem.
Viomundo – Considerando que a maioria das denúncias que o senhor fez foi ignorada, arquivada pelas instituições que deveriam investigá-las, pensou alguma vez em desistir?
Rogério Correia – Nunca!
Viomundo – O que levou a persistir?
Rogério Correia – Alguém já disse: é possível você enganar uma pessoa a vida inteira ou enganar todo mundo durante algum tempo; já enganar todo mundo durante todo o tempo não é possível. Eu pensava comigo: um dia isso vai acabar. Espero ter contribuído, pelo menos, um pouco para isso acontecer.
Viomundo – Antes de o Aécio assumir o governo de Minas, como era a situação?
Rogério Correia — Eu já fazia oposição ao Eduardo Azeredo, quando ele era prefeito de Belo Horizonte [1990 a 1993], e eu, vereador.
Em1999, eu assumi a cadeira de deputado estadual na ALMG e Itamar Franco, o governo de Minas (1999 a 2003).
Itamar já denunciava os tucanos. Ele interrompeu o ciclo neoliberal do Azeredo, enfrentou o Fernando Henrique…
Mas, ao assumir o governo de Minas em 2003, Aécio retomou o ciclo neoliberal com muito mais força. Aí, a minha oposição aos tucanos se ampliou.
Viomundo – Ao longo desses 13 anos, a chamada grande imprensa, Judiciário, Ministério Público ignoraram solenemente as suas denúncias contra o governador e o senador Aécio Neves. Agora, se dizem “surpresos”, “traídos”, “espantados”. O que acha dessa reação?
Rogério Correia – (risos) Todos tinham conhecimento desse conjunto de denúncias que você está publicando hoje. Eu mesmo entreguei a essas instituições os documentos demonstrando as irregularidades, como improbidade administrrativa, corrupção, truculência desmedida contra os que dele discordassem. Assim como sempre passei amplamente à imprensa essas denúncias. Só que preferiram blindá-lo absurdamente.
Viomundo – Nesse processo de blindagem quem destacaria?
Rogério Correia – Para começar, o seu núcleo político-operacional:
Antonio Anastasia: inventor do choque de gestão.
Andrea Neves: comandava com mão de ferro a imprensa mineira. A “Goebbels” das Alterosas. De 2003 a 2010, comandou o poderoso e estratégico Grupo Técnico de Comunicação, por onde passava toda a verba de publicidade do governo de Minas destinada à mídia. Em troca, mantinha sob silêncio absoluto os fatos negativos referentes ao irmão.
Danilo de Castro: por enquanto está aparecendo pouco, mas era o secretário de governo; fazia as articulações com deputados, Judiciário e Ministério Público.
Frederico Pacheco de Medeiros: Homem de confiança de Aécio na Cemig, onde foi diretor de 2011 a 2015. Articulador da venda de 1/3 das ações da estatal mineira à empreiteira Andrade Gutierrez , Fred foi ainda coordenador financeiro da campanha de Aécio à presidência da República em 2014. Assim como Andrea, está preso desde 18 de maio.
Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho: principal operador de Aécio, é casado com uma das filhas do banqueiro Gilberto Faria, que foi casado com dona Inês Maria, mãe de Aécio. Presidiu a Codemig. A equipe dele é que arrecadava o dinheiro de propina da Cidade Administrativa. Em 2014, Aécio cruzou o Brasil em campanha a bordo do jatinho particular do Oswaldinho. Muita coisa ainda vai aparecer dele, que pode ser preso.
Viomundo – E institucionalmente?
Rogério Correia – Influência enorme tanto no MP quanto no TCE.
Viomundo – E o Ministério Público Estadual?
Rogério Correia – Enorme influência também. Entre os procuradores-gerais de Justiça, o pior foi o dr. Alceu José Torres Marques, que ficou lá 2009 a 2012. Alceu não era engavetador. Era pior. Era o arquivador. Se fosse contra o Aécio, matava no peito. Era só mandar para ele. Brincávamos que era o Aeceu.
Viomundo – O dr. Alceu também impediu promotores de investigarem o Aécio?
Rogério Correia – Sim. O Alceu tirou da mão do promotor João Medeiros o processo da Rádio Arco-Íris e arquivou. O promotor recorreu ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que não lhe deu ouvidos, porque lá também o aecismo tem voz predominante.
No Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), desde Itamar Franco, tinha um primo do Aécio chamado Tolentino que arrumava as coisas para os tucanos lá.
Não podemos nos esquecer da blindagem parlamentar-institucional. Aécio tinha controle absoluto da Assembleia Legislativa.
Viomundo – Via irmã Andrea?
Rogério Correia – Não, via Danilo de Castro, que recheava a base aliada de emendas, favores. Como Aécio tinha ampla maioria, ele não permitia que se criasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Mesmos singelos requerimentos para pedir notícias, esclarecimentos, dados — por exemplo, sobre o volume de recursos publicitários aprovados para a Rádio Arco-Íris – não eram aprovados. E quando aprovados, a presidência da Assembleia Legislativa não encaminhava e eles eram arquivados.
A partir daí, eles passaram a ter também um domínio no PSDB nacional. Eles montaram um esquema tão forte aqui que conseguiram sobrepor-se ao PSDB de São Paulo.
Viomundo – Qual a explicação para isso?
Rogério Correia — Eles unificaram as elites aqui. Conseguiram uma unidade tão grande que saíram de Minas para o plano nacional, sempre em nome de Minas.
Só que não foi Minas. Foram as elites mineiras, o setor financeiro, o capital financeiro. Sobrepor isso a São Paulo era algo impensável. Eles conseguiram.
Viomundo – Quando o senhor diz “eles”, está se referindo ao núcleo político-operacional de Aécio?
Rogério Correia – Sim. O Aécio também tinha — não sei se mantém agora – tentáculos em Brasília, no Supremo Tribunal Federal, no Ministério Público Federal. Tanto que até agora o pau que deu em Chico não estava dando em Francisco.
No STF, frequentemente ele está tirando retratinhos com o Gilmar Mendes, pra lá e pra cá. Já o namorico com o Moro é recente…
Na verdade, o Aécio sempre teve um esquema nacional de muita proteção. Se esse sistema de proteção fosse só em Minas, ele já teria caído.
Agora, isso não se deve só ao esquema de blindagem. Tem a ver também com o fato de o Aécio ter sido escolhido pelas elites. Tem a ver com o modelo político e econômico que o Aécio e o grupo dele defendem para o Brasil.
Eles defendem os interesses dos mais ricos, das elites brasileiras. Essa unidade político-ideológica das elites, da direita, propiciou que ele crescesse tanto em Minas quanto no restante do País.
Viomundo – Voltando à blindagem do Aécio. No MPF, ela é muito evidente, tanto com o Gurgel quanto com o Janot, concorda?
Rogério Correia – Concordo. O Janot só agora começou a agir. Veja bem. Quando a gente entrava com uma representação aqui, no MPF de Minas, contra o Aécio, ela ia para Brasília, porque ele tem foro privilegiado. Só que lá o procedimento não andava. Já aqui, eles não faziam nenhuma força para sequer separar o que tinha que ir para Brasília de outros elementos que podiam ser investigados pelo MPF, em Minas.
Por exemplo, a denúncia que fizemos contra o Aécio e Andrea por ocultação de patrimônio decorrente da Rádio Arco-Íris (veja quadro).
Nós protocolamos aqui, em Belo Horizonte, ela foi para Brasília. Eu e os deputados Sávio Souza Cruz e Antônio Júlio fomos até a Procuradoria Geral da República.
O PGR era o Roberto Gurgel, antecessor do Janot. Ele deixou na gaveta durante dois anos e dois meses. Depois, quando estava para sair, ele arquivou.
Nós também estivemos na PGR, em Brasília, por causa da Lista de Furnas (veja quadro). Na primeira vez, em 2014, deixamos todos os documentos no gabinete do doutor Janot.
Na segunda vez, em 31 de janeiro de 2015, entregamos, pessoalmente, nas mãos dele. Na ocasião, ele nos disse que “estranhou o fato de o processo da Lista de Furnas só ter chegado agora [31 de janeiro de 2015] à PGR, a partir da intervenção dos deputados petistas”.
Só que, em 25/01/2012, a procuradora criminal Andréa Bayão Pereira, na época no MPF/RJ, concluiu seu trabalho sobre a Lista de Furnas, comprovando o esquema de caixa 2.
E o Janot simplesmente ignorou a denúncia dela, que naquela altura já trabalhava com ele no MPF, em Brasília.
Viomundo – E a blindagem da mídia?
Rogério Correia – Uma ou outra vez a gente conseguia furar o bloqueio da grande mídia, mas a grosso modo a blindagem em relação ao Aécio era absoluta.
A Andrea comprava o silêncio da mídia mineira. Só que essa mídia, além do silêncio em relação aos malfeitos do Aécio, atacava os adversários do Aécio.
A gente era vítima da “sua imprensa”, que se prestava o papel de injuriar, caluniar, quem não concordasse com Aécio Neves.
Nessa blindagem, incluem-se rádios e TVs de Minas. Uma blindagem absoluta, mesmo. Tanto que o dia em que a Andrea foi presa o Sindicato dos Jornalistas considerou o dia da liberdade de imprensa em Minas. Fizeram até festa.
Viomundo – E os órgãos de repressão?
Rogério Correia – Também faziam parte do esquema de blindagem do Aécio.
Nós tivemos a prisão do Carone, a prisão do Nilton Monteiro, a invasão da casa do “Picapau”, o fechamento do NovoJornal,
O Carone só não morreu, porque, felizmente, o secretário de Defesa Social à época, a meu pedido, transferiu-o de uma cela na Gameleira, onde estava tendo um infarto, para um hospital.
Eles torturavam física e psicologicamente o Carone para que ele me denunciasse, dizendo que eu teria feito parte da falsificação da Lista de Furnas. Só que a lista é 100% verdadeira!
Às vezes eles recorriam também ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça, para intimidar os adversários.
Há 25 processos contra a Bia Cerqueira, presidente do SindUTE e da CUT/MG. Eles diziam que a Bia favorecia eleitoralmente os adversários do Aécio.
O que ela fazia com os sindicalistas, no período eleitoral, era chamar a atenção, fazer debates, chamar todos os candidatos para ver a posição que tinham em relação à educação.
Como o PSDB é inimigo da educação pública, eles tentavam impedir o sindicato de dizer as posições de cada candidato. Nós demos um flagrante com TV e tudo em 3 policiais P2, que estavam nas costas dela, tentando coagí-la a reprimir a greve.
Viomundo – O Aécio já mandou recado ao Pimentel, via deputado federal petista Gabriel Guimarães, para fazer o senhor maneirar nas denúncias contra ele. E, aí?
Rogério Correia — Nós não vamos dar trégua. Não adianta o Aécio ligar pra deputado do PT, governador, senador, nem para o papa. Aliás, o Papa Francisco não iria atendê-lo.
*Na fotomontagem, algumas das idas de deputados ao Ministério Público de Minas Gerais e à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, para denunciar malfeitos do senador Aécio Neves
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