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por Alex Solnick, no Brasil 247
Em quase todos os discursos, desde a posse, Lula aponta as diferenças entre seu governo e o de Bolsonaro.
Como se precisasse.
Mas, grande comunicador que é, o maior do país depois da morte de Silvio Santos, ele sabe que é preciso repetir várias vezes as ideias para serem memorizadas pela população, uma das lições, aliás, que Silvio Santos deixou.
Quando vi o vídeo de Lula com Galípolo, três fatos me fizeram pensar.
Primeiro: trazer o futuro presidente do Banco Central ao Palácio da Alvorada para dizer que ele será independente, fornece argumentos para as más línguas espalharem exatamente o contrário. Lula poderia dizer o que disse, mas sem Galípolo presente, porque ele ali, ao lado de ministros, passa a impressão que faz parte do governo.
Segundo: o chapéu Panamá e seu traje, em mangas de camisa, querem dizer que Lula ainda não assumiu totalmente suas funções.
Terceiro e mais grave: o cenário. Não foi uma boa ideia gravar na biblioteca que ficou marcada nas lives de Bolsonaro.
Só faltou o sanfoneiro.
Uma imagem pode estragar dois anos de discursos.
* Alex Solnik é jornalista, e autor de “O dia em que conheci Brilhante Ustra” (Geração Editorial)
Foto reproduzida das redes sociais
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