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Coletânea de Causos

Que causos são esses, Barbosa?

Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Artigo

Tarcísio de Freitas assume o comando da afronta a Alexandre de Moraes

por Moisés Mendes, no Brasil 247

Nessa terça-feira pela manhã, na abertura da sessão do Supremo, ao fazer a defesa do seu relatório sobre o processo contra o núcleo do golpe, o ministro Alexandre de Moraes alertou:

“Confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento significa impunidade e desrespeito à Constituição Federal, e mais, significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”. 

Covardia do apaziguamento. Não era o que Tarcísio de Freitas tentava articular, na mesma manhã, com líderes da extrema direita e do centrão no Congresso. Era afronta mesmo, no dia em que o STF começava a decidir o que fazer com os chefes golpistas.

Tarcísio dedicava-se sem disfarces às articulações para a anistia de Bolsonaro. No mesmo instante em que Moraes alertava para os movimentos dos covardes:

“Nesses momentos, a história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação, pois o caminho aparentemente mais fácil e só aparentemente, que é da impunidade, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade e corrói a democracia, como lamentavelmente o passado recente no Brasil demonstra”.

Omissão e covardia não levam à pacificação. Levam à impunidade. Mas Tarcísio desistiu de ser omisso ou covarde. O extremista moderado assume a comissão de frente da anistia.

Tanto que, no mesmo dia em que se deflagrava o julgamento dos chefes do golpe, União Brasil e PP decidiam que todos os detentores de mandatos dos partidos devem abandonar o governo, para que possam se engajar ao projeto da anistia.

Tarcísio os mobilizou ao cumprir o que combinou com Bolsonaro. Foi a Brasília e avisou que o centrão e a extrema direita poderiam tocar em frente o projeto da anistia. Ele vai carregar a bandeira, como condição para que seja o escolhido por Bolsonaro.

Enquanto Moraes se referia aos ataques e à tentativa de coação dos que atacaram o Supremo, em recados à família golpista e a Trump, Tarcísio de Freitas fidelizava a base fascista e dizia ao centrão que é preciso desafiar as decisões de Moraes e do STF.

Ciro Nogueira, Valdemar Costa Neto, Sóstenes Cavalcante a agregados passam o bastão para Tarcísio, que até agora era chamado de omisso por Eduardo Bolsonaro.

Não há mais do que a família reclamar. O governador determina que Hugo Motta tire o projeto da gaveta e deixa de governar para lutar pela anistia e cuidar da pré-candidatura.

Covardia, apaziguamento, coerção, impunidade e golpismo. As palavras saíam da boca de Moraes, no Supremo, como se fossem legendas das movimentações em torno de Tarcísio com a sua turma no Congresso. 

A anistia ganha a sua estrela e o golpismo começa a ser ressuscitado, sem escrúpulos e com bastante empáfia. No momento mais importante para o Judiciário desde o resgate da democracia há 40 anos, Tarcísio insultou Alexandre de Moraes.

* Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero Hora, de Porto Alegre

Foto reproduzida da Internet


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