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Está no Brasil 247
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou na quarta-feira (4) que o Brasil tem capacidade de crescer entre 2,8% e 3% sem que isso acarrete aumento na inflação, uma preocupação levantada após o forte desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023, impulsionado principalmente pelo consumo interno. “É possível crescer na faixa de 2,8% a 3% sem que isso impacte a inflação, desde que o crescimento seja diversificado”, afirmou Tebet durante entrevista ao Jornal da CBN.
De acordo com a ministra, o crescimento econômico precisa ser distribuído entre diferentes setores, e não ficar concentrado no agronegócio. “Não é só o agronegócio que deve puxar o crescimento, é necessário que a indústria, o investimento em capital fixo e o setor empresarial também participem”, explicou. Ela destacou que esse tipo de expansão, com uma composição mais equilibrada, já pôde ser observado no segundo trimestre, com a contribuição de setores como a construção civil, o consumo e os serviços.
Valorização do salário mínimo impulsiona o consumo
Tebet apontou que a política de valorização do salário mínimo acima da inflação desempenha um papel crucial na elevação do consumo das famílias. “O aumento real do salário mínimo faz com que quem ganha um ou dois salários mínimos injete esse valor diretamente no comércio. Eu ouso dizer que a valorização do salário mínimo é a maior política social do governo Lula, até mais do que o Bolsa Família”, afirmou a ministra.
Para Tebet, esse aumento no consumo não causa pressão inflacionária, pois a oferta de produtos cresce junto com a demanda, graças ao desempenho positivo da indústria. “O crescimento econômico, impulsionado pelo investimento e pela produção industrial, garante que os produtos estejam disponíveis nas prateleiras, ajudando a controlar a inflação”, acrescentou.
Sem necessidade de alta nos juros
A ministra também expressou confiança de que, caso essa trajetória de crescimento diversificado se mantenha, o Banco Central não precisará elevar a taxa de juros e a inflação deverá permanecer dentro da meta de 3% ao ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Ela destacou ainda que, com a inclusão do agronegócio nos próximos meses, a economia brasileira poderá manter um ritmo de crescimento próximo a 3% em 2024. Perguntada sobre a possibilidade de a revisão para cima do PIB levar a um aumento nos gastos do governo e do Congresso no orçamento do próximo ano, Tebet rejeitou essa hipótese. “Estamos próximos de atingir a meta de déficit zero em 2024, com os ajustes que estamos fazendo em conjunto com o Congresso”, afirmou a ministra, conforme publicado pelo Valor Econômico.
Foto reproduzida da Internet
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