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Temer vai cumprir tabela

por Ricardo Noblat, em seu Blog

Nem mesmo os adversários mais tenazes do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, que por sinal são poucos, admitem que ele possa sofrer, ali, uma derrota quando for votado amanhã o parecer da Comissão de Constituição e Justiça favorável ao arquivamento da segunda denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria Geral da República.

Em compensação, os aliados mais sinceros e confiáveis de Temer não acreditam que ele conseguirá contar com o mesmo número de votos que sepultou a primeira denúncia. Foram 263 votos de um total de 513. Calculam que o número desta vez será menor. Isso explicaria a decisão do PMDB de não fechar questão para que sua bancada vote como Temer quer.

Dentro do PMDB e de outros partidos aliados do governo está sendo forte a pressão para que os deputados se sintam liberados para votar como quiserem. Muitos deles se desgastaram junto às suas bases eleitorais por terem votado a favor de Temer na primeira denúncia. A proximidade de novas eleições deixa os políticos mais sensíveis ao que veem e escutam.

Temer tem feito o que pode, o que não deveria fazer e muito mais para superar o teto dos 263 votos. Sabe que se atrair menos votos ficará quase impedido de governar. Nesse caso, a leitura que se fará do resultado não dará bolas para sua segunda vitória consecutiva sobre os que desejariam vê-lo pelas costas, mas sim para o seu enfraquecimento.

Por mais que os porta-vozes oficiais digam o contrário, é de tensão o ambiente nas cercanias de Temer. A cada momento, faz-se e se refaz contas na expectativa de se prever o resultado final da votação. Quando se parte para ameaças, como o fez ontem à noite um dos vice-líderes do governo na Câmara, é porque a situação inspira cuidados.

Beto Mansur (PRB-SP) saiu de uma reunião à noite com Temer dizendo que a segunda denúncia deverá ser arquivada por 260 ou 270 votos. De acordo com ele, a votação será a “última chance” de partidos e deputados mostrarem fidelidade ao presidente. “Quem estiver conosco está conosco, quem não estiver está fora do governo”, afirmou.

Blefe! Um governo capenga como este não poderá dar-se ao luxo de mandar embora quem o apoiou até aqui. Não dispõe de peças de reposição. É também por não dispor que Temer não mexe nem mexerá no ministério. Seguirá governando com o mesmo pessoal. Lá para março, deixará o governo quem for candidato às eleições de 2018. E pronto.

Restará a Temer cumprir tabela, à espera da escolha do seu sucessor.

Em tempo: clique aqui [1] para ler o Editorial do blogdobarbosa sobre o assunto

Foto reproduzida da Internet

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