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Está no Brasil 247
Réu no inquérito da trama golpista, o tenente-coronel Mauro Cid prestou novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, em um trecho de suas declarações, confirmou que, em 2022, Jair Bolsonaro (PL) pressionou o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para a elaboração de um documento com duras críticas às urnas eletrônicas.
“Essa pressão existia. Sergio tinha uma conclusão nesse documento voltada para o lado mais técnico e, se tinha a tendência de algo mais político. Mas, ao final, chegou-se ao meio termo, e o documento foi assinado.
O STF já tornou 31 réus no inquérito da trama golpista. Entre eles, estão Bolsonaro, Mauro Cid e alguns ex-ministros do governo bolsonarista. No depoimento ao Supremo, o tenente-coronel afirmou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual deputado federal, não faziam parte dos núcleos golpistas. Também citou o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, como um aliado “radical” no sentido de implementar o golpe.
Minuta golpista
Em resposta a questionamento do ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel disse que Bolsonaro recebeu e leu a minuta do golpe. “Sim [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto não”, afirmou.
“Eu não me ative muito aos detalhes do documento, mas seria para conduzir uma nova eleição, baseada em uma eleição anulada. Eu presenciei grande parte dos fatos, mas eu não participei deles”, acrescentou.
O militar também revelou outra conduta grave: a de que Bolsonaro pediu o monitoramento da rotina do ministro Moraes. “Somente o senhor ficaria preso”, contou Mauro Cid a Moraes.
Braga Netto
O tenente Mauro Cid afirmou também que o general Braga Netto, ex-candidato a vice de Bolsonaro em 2022, atualizava o ex-mandatário sobre como estavam as mobilizações bolsonaristas em acampamentos próximos ao Planalto.
“Quem tinha esse contato externo, para atualizar o presidente (Bolsonaro) sobre o que estava acontecendo era o general Braga Netto”, disse Mauro Cid.
Dinheiro em caixa de vinho
O tenente disse que entregou ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro. De acordo com o depoimento, o repasse foi feito a pedido de Braga Netto.
O major Rafael de Oliveira faz parte do grupo conhecido como “kids pretos”, que são militares das Forças Especiais do Exército. “Recebi (de Braga Netto) no Palácio da Alvorada. Numa caixa de vinho”, relatou Cid.
Oliveira e outros “kids pretos” são suspeitos de integrar um grupo armado que planejava a morte do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O plano foi batizado de “Punhal Verde e Amarelo”.
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