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Incentivado por amigos resolvi escrever também causos particulares vivenciados ao longo dos anos. Alguns relatos são hilários, e dignos de levar ao programa Que História é Essa, Porchat. Seguem os causos em forma de coletânea.

Política

Trump imprime sinais contraditórios à guerra de nervos com Maduro

Está no Blog da Sandra Cohen

Entre idas e vindas, a guerra de nervos promovida pelos EUA e direcionada à Venezuela já afundou 18 embarcações, matou pelo menos 65 pessoas, todas descritas pela Casa Branca como narcoterroristas, e promoveu o deslocamento de 20% dos navios militares americanos para o Caribe.

A pressão de Donald Trump em mais uma empreitada contra Nicolás Maduro tem um pano de fundo importante e conhecido — a participação da oposição venezuelana, desta vez liderada por Maria Corina Machado.

O governo Trump dá sinais contraditórios sobre o objetivo do cerco à Venezuela e reluta em cravar se o desfecho desta campanha resultará em ataques a alvos dentro da Venezuela ou na mudança de regime no país caribenho. O presidente avalia os riscos de uma operação militar americana, que, se fracassar, seria custosa para a imagem de seu governo.

Mas, para a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, não parece haver dúvidas sobre a saída de Maduro, conforme ela assegurou esta semana em participação, por vídeo, numa conferência empresarial em Miami, à qual também compareceu o presidente americano.

“Maduro começou esta guerra, e o presidente Trump vai terminá-la”, aposta.

No primeiro mandato, Trump vivenciou a experiência fracassada de avalizar o então líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, numa afronta a Maduro. Respaldado pela cúpula militar, o ditador se manteve no poder, que cultiva há 12 anos, desde a morte de Hugo Chávez.

De volta à Casa Branca, o presidente americano investe em uma nova campanha para intimidá-lo, posicionando uma poderosa frota militar no Caribe supostamente para o combate ao narcotráfico. Em parte, ele acalma a base eleitoral de seu movimento Maga e de latinos exilados por regimes ditatoriais da América Latina, que tem no secretário de Estado, Marco Rubio, um de seus entusiastas.

A maioria dos americanos, contudo, se oporia a uma invasão militar americana na Venezuela, revelou uma pesquisa recente realizada por YouGov: apenas 30% disseram apoiar ataques militares contra embarcações venezuelanas e alvos terrestres — índice sete pontos abaixo em relação à última sondagem, em setembro.

Em uma reunião na semana passada a portas fechadas com parlamentares americanos, o secretário Rubio e o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, asseguraram que os EUA não planejam lançar ataques dentro da Venezuela. Admitiram também não ter justificativa legal para isso, segundo revelaram participantes do encontro à emissora “CNN internacional”.

Ainda assim, o Senado controlado pelos republicanos enviou uma mensagem de apoio ao presidente, rejeitando, na quinta-feira, uma resolução bipartidária que exigiria aprovação do Congresso para qualquer ação militar do presidente Trump contra a Venezuela. Horas depois da votação, Hegseth anunciou mais um ataque a um suposto barco de traficantes no Caribe.

Do outro lado, assolado pelo colapso interno, resultado de um novo mandato questionado, Maduro mobilizou paramilitares, intensificou a repressão aos opositores e pediu ajuda à Rússia para enfrentar a crise externa com os EUA.

No entender do analista político Benigno Alarcón, este é um ponto de virada para a Venezuela e a manutenção do status quo se tornou o caminho menos sustentável. Em artigo publicado no site do “El Nacional”, o especialista em gerência pública, conflito e negociação observa que a tensão central reside num paradoxo estratégico autodestrutivo: o regime chavista depende da pressão militar externa para gerar a coesão interna que lhe permite sobreviver.

“O profundo desejo de mudança entre a maioria da população se depara com um regime entrincheirado e um cenário de intervenção limitada, que, embora possa acelerar uma resolução, está repleto de perigos. Qualquer caminho para a resolução da crise venezuelana será inevitavelmente complexo e de alto risco, mas possível e necessário”, pondera o analista.

*Sandra Cohen é especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em ‘O Globo’

Foto reproduzida da Internet

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