O blog cria um novo espaço pra relembrar causos e editoriais, clique aqui para acessar o e-book.
Arquivos
Links Rápidos
Categorias
O blog cria um novo espaço pra relembrar causos e editoriais, clique aqui para acessar o e-book.
Está no Brasil 247
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender sua política tarifária agressiva nesta sexta-feira (11), apesar das crescentes preocupações com uma possível recessão e das duras reações da China. A informação é do jornal britânico The Guardian, que detalhou a escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim, com novos aumentos de tarifas e impactos negativos nos mercados financeiros globais.
“Estamos indo muito bem na nossa POLÍTICA DE TARIFAS”, escreveu Trump em sua rede Truth Social. “Muito empolgante para a América e para o mundo!!! Está avançando rapidamente. DJT.”
Enquanto o presidente norte-americano celebrava, o Ministério das Finanças da China respondeu com veemência, elevando tarifas sobre produtos dos EUA para 125% e acusando Trump de “intimidação unilateral e coerção”. Segundo Pequim, os aumentos adicionais de tarifas pelos EUA “já não teriam qualquer significado econômico” e “entrariam para a história como uma piada da economia mundial”.
Economia sob pressão
Apesar da retórica otimista da Casa Branca, os indicadores econômicos mostram sinais de alerta. Um levantamento divulgado pela Universidade de Michigan revelou que o sentimento do consumidor nos Estados Unidos caiu 11% neste mês, atingindo 50,8 – o segundo nível mais baixo da história, atrás apenas do registrado durante a pandemia de Covid-19.
Além disso, as expectativas de inflação dispararam: os consumidores preveem um aumento de 6,7% nos preços no próximo ano, a maior alta nas expectativas de inflação em quatro décadas.
Ainda assim, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, minimizou os dados negativos: “Há um grande otimismo nesta economia. Confiem no presidente Trump. Ele sabe o que está fazendo. Esta é uma fórmula econômica comprovada.”
Mercado em turbulência
A semana foi marcada por extrema volatilidade nos mercados financeiros. Os principais índices das bolsas de valores oscilaram fortemente, com o S&P 500 fechando a semana com ganho de 5,7% – seu melhor desempenho desde novembro de 2023 –, após um mergulho de 12% em apenas quatro sessões e uma recuperação abrupta de quase 10% em um único dia.
A instabilidade, no entanto, alimentou o temor entre investidores e líderes empresariais. Larry Fink, CEO da gigante de investimentos BlackRock, declarou à CNBC: “Acho que estamos muito próximos de uma recessão, se é que já não estamos nela”. Para ele, a suspensão de 90 dias nos aumentos de tarifas apenas prolonga a incerteza global.
Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, também fez um alerta: “A maior economia do mundo está enfrentando uma turbulência considerável”. Segundo ele, o impacto nos níveis de confiança do consumidor é alarmante.
Críticas e suspeitas de manipulação
Além das críticas econômicas, Trump enfrenta pressão política após ter postado em sua rede que seria “UMA ÓTIMA HORA PARA COMPRAR!!!” pouco antes de anunciar uma mudança de postura nas tarifas. Líderes democratas, como Elizabeth Warren e Chuck Schumer, enviaram uma carta à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) pedindo investigação sobre possível uso indevido de informações privilegiadas.
“É inconcebível que, enquanto as famílias americanas se preocupam com sua segurança financeira durante esta crise econômica totalmente fabricada pelo presidente, insiders possam ter lucrado ativamente com a volatilidade do mercado e possivelmente cometido fraude financeira contra o público americano”, escreveram os senadores.
Impacto global
O efeito da guerra comercial também se espalha pelo setor privado. A montadora Tesla, liderada por Elon Musk, aliado próximo de Trump, deixou de aceitar pedidos na China para os modelos Model S e Model X importados dos EUA. Embora não tenha explicado a decisão, analistas apontam o custo proibitivo das tarifas como principal causa.
Na Europa, analistas alertam que o crescimento acima do esperado do Reino Unido em fevereiro (0,5%) pode ser passageiro, diante do impacto da guerra tarifária sobre o comércio e os investimentos globais.
Apesar das garantias da Casa Branca sobre uma iminente “era de ouro” para a economia americana, os dados, as reações internacionais e o comportamento errático da política comercial indicam que o caminho pode ser mais turbulento do que o previsto.
Foto reproduzida da Internet
Deixe uma resposta