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Relatório aprovado nesta terça-feira (3) pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Estados Unidos [1] diz que o presidente Donald Trump [2] “usou o poder de seu cargo para solicitar interferência estrangeira a seu favor nas eleições de 2020”.
Essa e outras conclusões servirão de base no inquérito de impeachment contra Trump.
“O esquema do presidente Trump subverteu a política externa dos Estados Unidos em relação à Ucrânia e desgastou nossa segurança nacional em favor de duas investigações de motivações políticas que poderiam ajudar sua campanha presidencial rumo à reeleição”, diz o relatório.
No inquérito de impeachment contra Trump, o republicano é acusado de ter pedido ao presidente da Ucrânia [3], Volodymyr Zelensky, que investigasse o ex-vice-presidente Joe Biden [4] e o filho dele, Hunter. O político do Partido Democrata é pré-candidato à Casa Branca.
Trump não nega que tenha conversado sobre o assunto com Zelensky — inclusive, a própria Casa Branca divulgou transcrições da conversa [5]. Porém, segundo o presidente dos EUA, não houve nenhuma troca de favores que pudesse levá-lo a perder o cargo.
Apresentado pelo chefe do Comitê, o deputado democrata Adam Schiff, o relatório também afirma que Trump agiu conscientemente para obter favorecimento pessoal. O texto ainda cita as denúncias de interferência da Rússia na campanha de 2016 [6], que resultaram em uma longa investigação contra o presidente norte-americano.
“A má conduta do presidente não foi uma ocorrência isolada nem um produto de um presidente ingênuo”, afirma o texto.
O documento apresentado nesta terça-feira é uma das etapas do inquérito de impeachment contra Trump. A partir desta quarta, começam as audiências que determinarão as acusações formais que serão apresentadas aos deputados norte-americanos.
O que diz o relatório?
O Comitê de Inteligência da Câmara apresentou o relatório concentrado em duas possíveis irregularidades cometidas por Trump. Caberá ao Comitê de Justiça analisar e apresentar as acusações formais com base nessas conclusões. Veja quais são:
- Má conduta: Trump condicionou um encontro oficial e ajuda militar à Ucrânia a anúncios de investigações que favoreceriam a campanha do presidente dos EUA pela reeleição.
- Obstrução: Trump obstruiu o inquérito de impeachment ao instruir testemunhas e agências que ignorassem as intimações oficiais da Câmara.
Assim, os investigadores concluíram que Trump não só agiu de maneira irregular no telefonema com Zelensky como tentou atrapalhar o inquérito e intimidou testemunhas.
Uma dessas testemunhas era Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia. Enquanto testemunhava diante de deputados [7] sobre a pressão que o presidente teria exercido contra ela, Trump disparou uma série de mensagens no Twitter [8] contra a diplomata. “Tudo ficou mal nos lugares onde ela passou”, escreveu o republicano.
O que diz a Casa Branca?
Pouco depois da divulgação do relatório, a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, afirmou que a Câmara conduziu um processo que só ouviu um lado. “Esse relatório reflete nada mais do que as frustrações [dos deputados]”, disse.
“O relatório de Schiff parece um texto confuso de um blogueiro de garagem tentando provar algo quando não há prova alguma”, completou Grisham.
Foto reproduzida da Internet