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O colega Ruy Rocha, jornalista e professor da UFRN, me perguntou há pouco, no twitter, quem venceu o debate promovido pela TV-U com os candidatos a prefeito de Natal. Respondi que num debate com seis candidatos fica difícil dizer quem foi o vencedor, até pelo formato do programa com apenas duas horas de duração e 2 minutos para os candidatos responderem a cada pergunta formulada.

No entanto, pude observar, mais uma vez, que tanto o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), bem como o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), ambos prefeitáveis, são profundos estudiosos dos problemas da cidade. Por ironia, os dois, entre os principais candidatos, estão na terceira colocação e técnicamente empatados, segundo a última pesquisa de intenção de voto divulgada no final de semana.

Já os dois outros principais concorrentes, Carlos Eduardo Alves (PDT), que figura em primeiro lugar nas pesquisas, e Hermano Morais (PMDB), que ocupa o segundo lugar, mantiveram a estratégia de polarizar o debate. Hermano Morais teve a sorte de pegar o seu principal oponente para fazer a primeira pergunta – através de sorteio -, e foi logo colocando Carlos Eduardo Alves no canto do “ringue”. Numa única pergunta levantou pelo menos cinco problemas deixados de ser resolvidos nos cinco anos de administração dele – Carlos – e sua companheira de chapa, Wilma de Faria (PSB), quando estiveram a frente da prefeitura natalense. Uma delas sobre os índices do Ideb ( Índice Nacional de Educação Básica). Natal integra uma rede de capitais que não bateram as metas das séries iniciais nem das finais do ensino médio. 

Carlos Eduardo Alves ao falar sobre os índices do Ideb desqualificou a avaliação, que, aliás, é promovida pelo Ministério da Educação, do qual o candidato pedetista se orgulha em dizer no programa eleitoral que num eventual segundo governo seu será parceiro do governo Dilma, do PT. Disse Carlos Eduardo Alves ao responder a Hermano Morais:

– Natal não é a última cidade nos índices do Ideb. É mentira. Natal cumpriu todas as metas.

O resto dos questionamentos feitos pelo peemedebista ao pedetista ele não respondeu. Alegou que eram muitos temas e que o tempo era curto para responder a todos.

Um detalhe que chamou a atenção é que o candidato tucano solicitou direito de resposta ao candidato do PDT – negado pela produção do programa -, pois foi ele quem havia primeiro citado os índices do Ideb, e que não estava mentindo. Eram índices oficiais com relação a educação em Natal.

Importante ressaltar que o candidato do Psol, professor universitário Robério Paulino, que se coloca como único candidato diferente das “forças políticas conservadoras” nesta eleição, não perdeu a oportunidade  de criticar também o PT, no que diz respeito a educação. Disse que se for eleito prefeito de Natal vai destinar 30% dos recursos arrecadados pela prefeitura para o setor, ao contrário do que faz o governo Dilma, que destina poucos recursos para a educação.

Enfim, debate só será debate mesmo num eventual segundo turno, com apenas dois candidatos. Aí, sim, se teria tempo suficiente para se promover um verdadeiro debate, se o formato do programa deixar, claro!