Editorial

Vacina sim e enquadramento contra os negacionistas

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é referência mundial. O Brasil foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) e é um dos poucos países no mundo que ofertam de maneira universal um rol extenso e abrangente de imunobiológicos. Detalhe: vacinas de graça. Porém, a alta taxa de cobertura, que sempre foi sua principal característica, vem caindo nos últimos anos graças principalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que é um negacionista e que não acredita na ciência, pregando a anti-vacina contra a covid-19 em seu governo.

E o pior: médicos negacionistas também apregoam à população que não precisa tomar vacinas. Pessoas inocentes ou até mesmo ignorantes acreditam nisso. Agora, numa decisão inédita o Ministério da Saúde comandado por Nísia Trindade, doutora em sociologia e mestre em ciência política, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, em uma tarefa interministerial, pretende punir profissionais da saúde que fizerem campanha antivacinação.

Uma medida positiva e importante que conta com o apoio do Conselho Federal de Medicina que se colocou à disposição para apoiar a iniciativa numa campanha pró-vacina. “Existem práticas fora do contexto, mas também existem práticas criminosas”, alertou a ministra da Saúde.

É preciso entender que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o fim da emergência sanitária de Covid-19 que tomou conta do mundo, mas a pandemia ainda não acabou. 

No mês passado a imprensa mundial noticiou que a China está enfrentando uma nova onda de infecções causada pela covid-19. O aumento ocorre quase seis meses depois que o país acabou com a política de tolerância zero à covid-19, que incluía quarentenas severas e testes em massas.

A variante da Ômicron XBB, alimentou o ressurgimento da doença no país. Enquanto isso, o governo chinês tem resposta moderada diante do surto, já que desde o fim da sua política anti-covid, Pequim tenta reativar sua economia e voltar os negócios com os EUA e países estrangeiros.

Ressalte-se que o negacionismo no Brasil não é só favorável a não imunização contra a covid-19, mas de uma maneira geral contra outros tipos de vacinação, lamentavelmente.

Vacina Sim!

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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