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Está no Brasil 247
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para compromissos estratégicos na Rússia e na China, entre os dias 8 e 13 de maio, com o objetivo de fortalecer o papel do Brasil na articulação por um mundo multipolar. De 8 a 10 de maio, Lula estará em Moscou, onde participa das comemorações pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A agenda prevê um encontro com o presidente Vladimir Putin e a assinatura de acordos nas áreas de ciência e tecnologia. “O Brasil é um país que busca paz, que tem um diálogo com a Rússia em vários assuntos. Tem uma relação comercial importante com a Rússia de produtos do agronegócio, e queremos equilibrar nossa balança comercial”, afirmou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.
Estabelecidas oficialmente em 1828, as relações diplomáticas entre Brasil e Rússia foram intensificadas a partir da década de 1980 e, em 2002, alcançaram o nível de parceria estratégica. Desde então, os países têm mantido intercâmbio constante em níveis presidencial e ministerial, além de articularem posições conjuntas em foros multilaterais como a ONU, o G20 e o BRICS.
Nos três primeiros meses de 2025, o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 12,4 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,45 bilhão — com destaque para soja, carne bovina, café e tabaco — e importou US$ 10,9 bilhões, majoritariamente em óleos combustíveis e fertilizantes, tornando a Rússia o quinto maior fornecedor de produtos ao Brasil.
China: cooperação estratégica e diversificada
Após Moscou, Lula segue para Pequim nos dias 12 e 13 de maio, para sua quarta visita oficial à China. A viagem inclui compromissos no âmbito do IV Fórum China-CELAC, além da assinatura de novos acordos em áreas como agricultura, infraestrutura, energia, ciência, tecnologia, cultura, saúde e educação. “A magnitude da relação com a China é conhecida. Do ponto de vista comercial, as nossas exportações para a China são superiores às nossas vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia. O Brasil é o sétimo principal fornecedor da China. Então é um momento de explorar novas vertentes de cooperação”, destacou Saboia.
Segundo o embaixador, há atualmente 16 protocolos e anúncios definidos e outros 32 em negociação, com sinergias entre os planos de desenvolvimento brasileiro e chinês. “Isso certamente está na agenda dessa visita, assim como a visão convergente dos dois países em matéria de defesa do multilateralismo, defesa da reforma da governança global e apoio às funções pacíficas”, pontuou.
Fórum China-CELAC: integração latino-americana e cooperação sul-sul
Criado há mais de uma década, o Fórum China-CELAC se consolidou como mecanismo chave para aproximar a China dos países da América Latina e Caribe. A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, ressaltou a importância do evento: “Preciso ressaltar a importância da CELAC para o Brasil e a importância que o presidente Lula atribui à integração regional, tanto que o primeiro ato internacional de seu governo foi exatamente participar da Cúpula em Buenos Aires, em 2023, e retornar à CELAC, da qual havíamos saído em 2019”.
De acordo com Gisela, estão sendo finalizados uma declaração conjunta e um Plano de Ação para o triênio 2025-2027, com temas de interesse direto do Brasil, como economia digital, transição energética, ciência e tecnologia, gestão de riscos, saúde, segurança alimentar e investimentos.
Comércio bilateral com a China: volume recorde e expansão
A China permanece como principal parceiro comercial do Brasil, com um intercâmbio de cerca de US$ 38,8 bilhões entre janeiro e março de 2025. O Brasil exportou US$ 19,8 bilhões — principalmente em óleos brutos de petróleo, soja e minério de ferro — e importou US$ 19 bilhões em produtos como embarcações, equipamentos de telecomunicações e componentes eletrônicos.
Desde 2009, a China lidera as trocas comerciais com o Brasil e figura entre os maiores investidores estrangeiros no país, com destaque para os setores de energia, petróleo, transporte, telecomunicações e serviços financeiros.
COSBAN e a agenda ambiental
A visita mais recente de Lula à China, em abril de 2023, resultou na mais ampla declaração conjunta já assinada entre os dois países, com acordos que vão desde segurança alimentar até cooperação espacial. Na área ambiental, foi firmada a Declaração Conjunta sobre o Combate à Mudança do Clima, e criada uma subcomissão específica dentro da COSBAN (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).
Ao reforçar parcerias com Rússia e China — dois dos principais polos de poder do mundo contemporâneo — o Brasil reafirma seu compromisso com um sistema internacional mais plural, pacífico e baseado na cooperação entre iguais, fortalecendo sua voz em temas como desenvolvimento sustentável, governança global e justiça econômica.
Imagens reproduzidas do Poder 360
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