Editorial

Quebra de decoro de Bolsonaro leva à teoria da conspiração

Diante das seguidas quebra de decoro por parte do presidente da República, capitão da reserva Jair Bolsonaro, já começam a surgir teorias conspiratórias contra o seu mandato. Primeiro foi a postagem na sua conta na rede social de um vídeo durante o carnaval considerado pornográfico. Agora, também se utilizando da sua conta nas redes sociais, Bolsonaro postou uma notícia falsa para agredir a jornalista Constança Rezende, do Estado de S. Paulo, e seu pai, Chico Otávio, do Globo, que investiga a atuação das milícias do Rio de Janeiro e sua ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Bolsonaro cometeu um crime na noite deste domingo (10), ao divulgar uma informação falsa em suas redes sociais para agredir a jornalista e seu pai. O presidente usou um post de um site bolsonarista de fake news para dizer que Constança teria dito que pretende arruinar Flávio Bolsonaro, ligado às milícias, e derrubar seu governo;  o fato é que ela jamais disse tais frases e Bolsonaro postou seu tweet para tentar promover seu linchamento virtual.

“O momento é de observação.” Essa tem sido a frase clichê do senador Renan Calheiros (MDB-AL) a jornalistas que o abordam para saber como ele atuará no Senado após sofrer sua maior derrota eleitoral ao ser superado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) na disputa pela Presidência da Casa. Alcolumbre, não custa lembrar, foi o candidato do governo à Presidência do Senado.

Um interlocutor muito próximo de Renan Calheiros explica: “Ele considera o Davi [Alcolumbre] novo e inexperiente. E está vendo o governo Bolsonaro desarticulado. Acha que esse início é favorável, porque é início de governo, mas acredita que, mais pra frente, a corda vai esticar. E é aí que ele entra com sua capacidade de articulação, conhecimento, experiência e, acima de tudo, domínio dos bastidores”, afirmou.

Ou seja, Renan Calheiros pode ser o Eduardo Cunha (MDB-RJ) de Jair Bolsonaro. Não esqueçamos que por muito menos Cunha foi quem tramou nos bastidores da Câmara o impeachment da presidenta Dilma (PT). E falta de decoro parlamentar, o que é gravíssimo, pode gerar o impedimento do atual presidente da República.

De acordo com o jornalista Ascânio Sêleme, ex-diretor do Globo, este debate é inevitável e começará a ser travado no Parlamento. O vice-presidente General Mourão, tende a ganhar adesões com as trapalhadas de Jair Bolsonaro, para uma discussão que já ganha corpo no Congresso, sobre o eventual afastamento de Bolsonaro da Presidência da República.

Mas a teoria da conspiração não fica só aí. Há quem diga que não interessa a extrema-direta um impeachment de Jair Bolsonaro agora, com menos de dois anos no governo. Isso implicaria numa nova eleição e fatalmente a esquerda venceria devido a frustração dos eleitores com a eleição de um candidato ultraconservador, caso de Bolsonaro. Daí, se trabalhar o impedimento num segundo momento, tempo suficiente pra Mourão ocupar o cargo saindo da condição de vice para presidente, tal qual Michel Temer (MDB-SP).

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

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