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Bolsonaro testa modelo da ditadura: começa o uso político da seleção na TV

Está no site Brasil 247

A vitória da seleção brasileira sobre o Peru marcou o primeiro teste do uso político do futebol pelo governo Jair Bolsonaro e, também, uma forma de ataque à Rede Globo, que já foi ameaçada de não ter a concessão renovada, além de ser alvo de ataques constantes por parte dos bolsonaristas. O uso político do futebol remonta ao sistema utilizado pela ditadura militar, especialmente no governo Garrastazu Médici (1969-74), auge das prisões e torturas contra opositores do regime.

Inicialmente, o jogo entre Brasil e Peru, realizado na última terça-feira (13), não iria ser transmitido em TV aberta devido ao alto valor pedido pela Federação Peruana de Futebol em função dos direitos de transmissão. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o valor pedido teria sido de US$ 2,5 milhões. 

Diante do impasse criado pela recusa da Globo, a Secretaria de Comunicação Social (Secom), ligada ao Ministério das Comunicações, procurou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para saber das condições de negociação. No início da noite,  o presidente da CBF, Rogério Caboclo, teria informado que havia conseguido a liberação do sinal para ser transmitido por uma TV pública.  

Em seguida, a Secom acionou o comentarista esportivo Márcio Guedes e o narrador André Marques para participarem da transmissão. O jogo elevou a audiência da TV Brasil para cerca de 3 pontos na Grande São Paulo e em 8 pontos em Brasília. 

Em meio ao súbito aumento dos telespectadores, André Marques  mandou “abraços” para Bolsonaro e o intervalo da partida foi utilizado para divulgar uma espécie de boletim com notícias e informes positivos para o governo.Com isso, o governo também conseguiu passar a ideia de que o mercado seria monopolizado pela Globo e que o sistema precisa ser remodelado. 

O uso político da TV Brasil durante o jogo da seleção ocorreu no mesmo dia em que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu a jogadora de vôlei de praia por gritar “Fora, Bolsonaro”, durante uma premiação. 

Foto reproduzida da Internet

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