Editorial

A `fantasma boliviana´ que ronda Bolsonaro

Jeanine Añez  é o nome da “fantasma boliviana” que está nos pesadelos do presidente brasileiro, Jair Messias Bolsonaro. Añez foi presidenta da Bolívia condenada a dez anos de prisão por violar a Constituição de seu país e assumir a Presidência num golpe de Estado.

Não à toa Bolsonaro, vez por outra, lembra em suas falas a prisão de Jeanine Añez  por violar a constituição da Bolívia com discursos antidemocráticos. Agora mesmo, em Orlando (EUA), em coletiva a jornalistas brasileiros no último sábado (11), Bolsonaro voltou a repetir o discurso do medo: “o que aconteceu um ano atrás? Ela [Jeanine Añez ] foi presa preventivamente. E agora foi confirmado dez anos de cadeia para ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?”, questionou.

Tem razão a preocupação e os pesadelos do Capitão, ele mesmo provocou esta situação! Contudo também tem razão, da mesma forma, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremto Tribunal Federal, relator dos inquéritos sobre atos antidemocráticos praticados pelo presidente da República. A título de exemplo, ainda em Orlando, Bolsonaro voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro e disse a jornalistas que o ministro Luís Roberto Barroso é  “mau-caráter” e “mentiroso”, por tê-lo acusado  de divulgar inquérito sigiloso. Não satisfeito com os seus arroubos, afirmou ainda que o ministro Alexandre de Moraes  “continua me perseguindo”, ao falar sobre o inquérito sobre fake news e o processo contra o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), seu fiel escudeiro.  

E foi mais além: “eu não quero baixar o nível na entrevista, mas o que esse cara tem na cabeça? O que é que ele está ganhando com isso? Quais são seus interesses? Ele está ligado a quem? Ou é um psicopata? Ele tem um problema”, numa referência a Alexandre de Moraes.

Bolsonaro está preocupado em perder as eleições com medo de ser preso como bem disse o ativista político e pré-candidato a deputado federal pelo PSOL em São Paulo, Guilherme Boulos: “Bolsonaro estica a corda nas ameaças golpistas, sendo muito mais um gesto de desespero do que uma demonstração de força”.

Se Bolsonaro chegar a disputar as eleições ainda sai no lucro porque no meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra do meio do caminho, parafraseando o grande poeta, contista e cronista Carlos Drumond de Andrade.

A conferir!

Foto reproduzida da Internet


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