Editorial

A Tuiuti me representa

A Escola de Samba Paraíso do Tuiuti mais uma vez deu exemplo de uma escola politizada e afinada com o povo ao se apresentar na madrugada da segunda-feira (4) de carnaval no Sambódromo com o samba-enredo
“O Salvador da Pátria”, que homenageou o ex-presidente Lula.

“Do nada um bode vindo lá do interior, destino pobre, nordestino sonhador, vazou da fome, retirante ao Deus dará, soprou as chamas do dragão do mar”, diziam os versos que contagiaram a avenida.

O carnavalesco da escola, Jack Vasconcelos, já havia antecipado a homenagem a Lula. “Vocês que fazem parte dessa massa irão conhecer um mito de verdade: nordestino, barbudo, baixinho, de origem pobre, amado pelos humildes e por intelectuais, incomodou a elite e foi condenado a virar símbolo da identidade de um povo. Um herói da resistência!”

Não é a primeira vez que a Tuiuti politiza na avenida. No ano passado, na Marquês de Sapucaí, com críticas à Reforma Trabalhista, ala chamando manifestantes pelo impeachment de fantoches e um ‘presidente vampiro’, numa referência a Michel Temer (MDB), o enredo da Paraíso do Tuiuti foi o mais comentado da Avenida.

E a censura já estava de volta ao país no carnaval passado. No desfile das campeãs, o “vampirão” da Paraíso do Tuiuti, que represrntava o então presidente Temer, desfilou sem faixa presidencial. Em entrevista à Mídia Ninja, o historiador Léo Morais, que deu vida ao “vampirão”, afirmou que seu personagem representava o “sistema” – e não necessariamente Michel Temer, que usurpou a Presidência da República por meio de um golpe parlamentar.

Quer queiram alguns, quer não queiram outros, fato é que a Paraíso do Tuiuti tem dado o recado no carnaval carioca. Tanto assim que o Sambódromo manifestou o seu pensamento após o desfile da escola cantarolando Lula Lá.

Não só isso; de Norte a Sul e de Leste a Oeste do país o Lula Lá ecoou nos blocos de carnavais. E como disse certa vez o jornalista Kennedy Alencar, “em 1954, Vargas havia escrito que seu nome seria uma bandeira de luta. Agora, Lula à sua maneira, repete a mesma mensagem quando disse que cada um que defende ele será um “Lula’ em cada canto deste país.

Como afirmou também Che Guevara, “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira”.

Foto: Ricardo Stuckert

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