Artigo

A última cartada dos golpistas contra Haddad

por Reginaldo Lopes, no Brasil 247

Confirmado o poder de transferência de votos de Lula e a capacidade eleitoral de Fernando Haddad, restou ao golpe a artilharia pesada na última semana do primeiro turno. Juntaram-se, mais uma vez, a Rede Globo, o Ibope e a República de Curitiba.

Moro reapareceu a cinco dias da eleição, ressuscitando uma delação de Antônio Palocci já rejeitada pelo Ministério Público por absoluta falta de provas. É apenas a palavra de um criminoso confesso, que tenta a todo custo encurtar sua pena sem apresentar nenhum documento que possa comprovar o que diz.

Enquanto isso, Lula é impedido de se defender publicamente, e de falar à nação, tendo sido negado de conceder entrevistas pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

Já o Ibope, mais uma vez engana o povo brasileiro. Segundo o instituto, Bolsonaro cresce quatro pontos logo após o movimento em que mulheres de todo o Brasil deixaram claro que ele não as representa. O levantamento também foi realizado logo depois das declarações do General Mourão, candidato a vice de Bolsonaro, contrárias ao 13º salário e críticas à criação dada por mulheres nos núcleos familiares.

Há quatro anos, o presidente do Ibope ligava pra Aécio Neves para parabeniza-lo pela vitória contra Dilma Rousseff. O resultado daquele pleito todos nós conhecemos. À época, Aécio parece ter acreditado mesmo em Carlos Augusto Montenegro e pensou que era o presidente eleito. De maneira irresponsável, questionou a voz das urnas e iniciou o processo golpista que tão mal faz ao nosso país atualmente.

Hoje, o nosso adversário da vez admite não respeitar o resultado eleitoral antes mesmo do primeiro turno. Nessa sanha golpista, tem a companhia da Globo, que teve na ação de Moro e na pesquisa do Ibope pratos cheios para destilar o velho e conhecido terrorismo das vésperas de eleição. O povo brasileiro conhece as tentativas de manipulação eleitoral da Rede Globo desde 1989, isso porque não havia eleição antes disso, pois vivíamos em uma ditadura militar, apoiada pela Globo.

A grande imprensa e os institutos de pesquisa se acham capazes de esconder acontecimentos e manipular eleições como se fazia antigamente. O mais importante movimento político ocorrido durante o período eleitoral foi esquecido pelas grandes emissoras de televisão. Algo bem diferente do que acontecia nos protestos contra Dilma Rousseff, onde flashes ao vivo e enfoques generosos eram apresentados interrompendo a programação normal.

Mesmo os poderosos não aceitando, o #EleNão, manifestação liderada só por mulheres, já mudou o curso da eleição e tem tudo para dar uma guinada também na agenda política do país daqui para frente.

A disputa, porém, será intensa. Enfrentaremos a mesma máquina difamatória de 1989, ano em que a imprensa brasileira usou dos artifícios mais sujos para eleger Fernando Collor. As baixarias envolvendo a família de Lula, as denúncias que acusavam o PT de ter participação no sequestro do empresário Abílio Diniz e a conhecida manipulação do debate para favorecer Collor jamais serão esquecidas, e nem devem ser.

Novamente, nos chamam de radicais, extremistas e intolerantes, mesmo o PT tendo governado o país por 13 anos. Jogam com o medo e a desinformação a todo o tempo. Isso porque sabem que apenas a força eleitoral de Lula e o PT são capazes de derrotar a agenda do golpe e o avanço conservador.

Os inimigos são fortes e unidos, mas são os mesmos: os poderosos. Contra o PT, juntam-se fascistas, golpistas e entreguistas; todos eles contrários a qualquer projeto democrático e popular que coloque o Brasil ao encontro do seu verdadeiro destino. O Brasil será feliz de novo.

*Economista e deputado federal pelo PT/MG

Foto reproduzida da Internet

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